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MARKETING DE GUERRA: Sobre o desfile militar em Brasília e as narrativas(Por Lucio Uberdan)

Um perspicaz comentário do Lucio Uberdan, que muito entende destes tempos de Guerra Híbrida e de comunicação em tempos de Internet.

A bibliografia do marketing de Guerra nos ensina muito sobre as formas de mobilizar as forças de uma marca para enfrentar os oponentes de forma ofensiva, defensiva, flanqueada ou de guerrilha. Primeiro elaborado para as batalhas comerciais, em especial as transnacionais, achou solo fértil na política junto as teorias de “posicionamento” e “reposicionamento”.

Com a chegada da internet móvel e do smartphone, um campo de batalha do marketing de guerra se deslocou fortemente para as redes sociais com novos “métodos” e “armas”, como a segmentação de público por perfil psicológico (método Big Five) e a entrega de informação falsa em larga escala e de forma contínua (Firehosing). Hoje, com o rápido desfile de tanques em Brasília (15 min), os formuladores comunicacionais que prestam serviço para Bolsonaro fazem um movimento de guerra também no campo da comunicação, conquistando pauta para manter a tropa (nicho / pensa igual) mobilizada com conteúdo compartilhável (munição) de “valor” por dias.

Por um lado reforçam sua relação com a instituição de maior crédito na sociedade, as Forças Armadas, goste-se ou não, por outro, fazem o inimigo produzir conteúdo contra essa mesma instituição.

Provável saldo do dia interno as tropas bolsonaristas: somos quem respeita as forças armadas e temos muitos prints de políticos de esquerda debochando delas. Simples e eficiente, como as melhores estratégias devem ser.

Ilustração: deputado federal Bolsonarista elogia o desfile “patriota” de hoje dos tanques brasileiros com uma foto do desfile de tanques na China em 2019.

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