Quem tem medo do caso Eliseu Santos?

Mas os mortos agora se levantam… e de nossas cadeiras nos empurram
Reproduzimos abaixo, post publicado aqui no dia 2 de março último. Como se pode observar, os fatos das últimas horas apontam que este blog (e muitos outros blogs não alinhados com o pensamento de bombachas) estava soterrado – qual mil Haitis – de razões. Leia e constate:
Sangue chama sangue…
“Derramado muito sangue já foi, nos velhos tempos, antes que a humana lei limpado houvesse o mundo dos pagãos, sim, e até mesmo depois têm sido perpetrados crimes terríveis de se ouvir. Já houve tempo em que, saltado o cérebro, morria de vez alguém e… tudo estava feito. Mas os mortos, agora, se levantam com vinte fatais golpes na cabeça e de nossas cadeiras nos empurram. É mais estranho do que o próprio crime“.
Em outra parte da tragédia shakesperiana, Macbeth garante que “sangue chama sangue”, ou seja, que a um assassinato, motivado pela cobiça ao poder ou ao dinheiro (ou ambos), seguem-se sempre muitas outras mortes violentas.
Voltando ao nosso mundo guasca, onde não faltam punhais, sangue, afogamentos misteriosos, traições, bruxas, vilões, e muitos olhos rutilantes de poder e dinheiro: a Polícia Federal não pode ficar de fora do chamado caso Eliseu Santos.
Deixar o caso aos cuidados (exclusivos) da polícia da governadora Yeda é uma temeridade ímpar. Uma irresponsabilidade cívica. A polícia estadual está investigando o caso de forma seletiva, parcelar e isolada. Para a direita, a mídia guasca, e os políticos comprometidos com os governos Yeda e Fogaça trata-se do “caso da Rua Hoffmann”, tão-somente. Uma redução cômoda e oportunista. Ora, isso não é conto de Edgar Allan Poe! Os crimes da rua Morgue. Os crimes da rua Hoffmann.
O assassinato do secretário de Fogaça traz um fio condutor manchado de sangue e corrupção. A rigor, são os crimes do Rio Grande do Sul, e não da rua Hoffmann, somente. As conexões deste crime são óbvias e estão com as pontas tão perigosamente expostas como um feixe de fios desencapados.
A Operação Pathos da Polícia Federal, que investiga a empresa paulistana Sollus, apura o desvio de R$ 9 milhões dos cofres municipais de Porto Alegre, entre 2007 e 2009. O ex-secretário assassinado prestou depoimento à PF horas antes de ser abatido a tiros na via pública. Objeto do depoimento de Eliseu Santos: operação Pathos e desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Horas depois Eliseu Santos estava morto, por morte matada.
Foto: Eliseu Santos, o assassinado, e o prefeito José Fogaça (escrevendo). “Mas os mortos, agora, se levantam… e de nossas cadeiras nos empurram.”
Redator: Cristóvão Feil – Data: 5.4.10
Descubra mais sobre Luíz Müller Blog
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
caso estranho esse amigo Luiz. Precisava a PF investigar também o assassinato porque se depender da polícia da Yeda vai ficar por isso memso.
CurtirCurtir
Caro LEN
Desculpe só responder agora. A Semana foi árdua pra mim e não tive muito tempo para o BLOG. Quanto a polícia federal investigar, ela só entra em campo se tiver grana federal envolvida diretamente. O assassinato do cara é evidente que foi por causa da corrupção. Só que no caso, a polícia local tentou descaracterizar inclusive isto. Mas ao MP daqui parece também não interessar ir tão a fundo assim, pois aí investigaria o que todo mundo no Rio grande sabe: o desvio de grana da saúde (e neste caso é grana federal), foi muito grande, a ponto de obrigar o rompimento do contrato com a tal da empresa Sollus. Só que enquanto não houver uma evidência clara, a coisa fica só no âmbito da Polícia Civil daqui. Por isto é que a Bancada do PT na Câmara de Vereadores de Porto Alegre esta batalhando por uma CPI, para colocar em pratos limpos esta lambança, pois tudo indica que parte dos recursos desviados foram utilizados na campanha do Fogaça para prefeito de POA. Mas o cadáver ainda não parou de se mexer, e vira e mexe, esta no colo de algum aliado do governo Fogaça no município.
CurtirCurtir