Segundo Tania Mara Garib, secretária de Estado de Trabalho e Assistência Social, o problema se espalha pelas 73 aldeias de Mato Grosso do Sul. “No começo recebemos várias reivindicações dos índios, para que se voltasse o corte manual da cana, o que é praticamente impossível. Então, eles pediram capacitação para trabalhar em outras áreas, até dentro das indústrias”, explicou.
A solicitação de um programa profissionalizante foi feito ao Governo Federal pelo Estado. “A intenção do Pronatec é garantir, não só aos indígenas, mas a todos os participantes, o acesso à inclusão produtiva, para que tenham autonomia e possam melhorar sua situação de trabalho, ocupar os postos disponíveis e até se tornarem micro empreendedores individuais. E nós vimos que a reserva de Dourados tem esse potencial”, explicou Luiz Muller, Diretor de Inclusão Produtiva Urbana do MDS. Além de Dourados, o programa será implantado em Sidrolândia.
A reunião do diretor com representantes da comunidade indígena douradense para que escolhessem quais cursos querem fazer entre os 189 disponíveis pelo Pronatec, foi realizada ontem no Cras (Centro de Referência em Assistência Social) da Aldeia Bororó. “É preciso incluir não só aqueles que trabalhavam com a cana-de-açúcar, mas também os jovens que estão saindo das escolas e querem novos postos no mercado de trabalho”, afirmou Garib.
Através do Qualifica Dourados, outros cursos profissionalizantes da prefeitura já foram ministrados dentro da Reserva, sendo que alguns estão em andamento. Ao todo, a capacitação já totalizou a inscrição de 101 índios, sem contar os que estão inscritos no Pronatec urbano. “Dos índios que entram no programa, 100% concluem os cursos. É uma população interessada”, afirmou a secretária Municipal de Assistência Social, Ledi Ferla.