Original na Agência Brasil
Na avaliação do professor do Instituto de Economia da Unicamp Bruno de Conti, o resultado já era esperado. “Estamos gerando menos empregos do que em outros momentos, mas a taxa de desemprego ainda está em um patamar historicamente baixo, e a renda do trabalhador está crescendo, mesmo com a discussão sobre a inflação”, disse. Segundo De Conti, a menor quantidade de dias úteis, em função da Copa do Mundo, impactou no resultado negativo do PIB.
Para o economista, o termo recessão técnica – que se configura por causa da queda do PIB por dois trimestres consecutivos – pode ser aplicado à situação atual do país, mas ainda não está afetando de forma significativa a população. “Claro que não é desprezível, mas é um rótulo que tende a ser supervalorizado”, disse.
O professor aponta ainda que o atraso nas concessões de obras de infraestrutura, que poderia impactar de forma positiva a economia em 2014, deverá ocorrer somente no próximo ano. Para o economista, deve haver uma ligeira alta do PIB no segundo semestre e, em 2015, o indicador deverá aumentar.
“Esperava-se que esse investimento autônomo tivesse vindo este ano, com as concessões, mas algumas demoras farão com que ele venha no ano que vem. Desse ponto de vista, o cenário, para o próximo ano será, com certeza, melhor, porque esse investimento estará destravado e virá com mais força”, disse o professor da Unicamp, avaliando que o investimento pode ter efeito multiplicador na economia, puxando o consumo“independente do ajuste que julgam necessário”.
“Quando você olha que muitos trabalhadores da indústria estão em férias coletivas, mostra que não foi um problema de falta de oportunidade para produzir.”
Ao ser perguntada se o país está em recessão técnica, a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de LaRocque, disse que há uma estabilidade da economia.
Segundo a coordenadora, após ajustes sazonais, variações entre – 0,5% e 0,5% podem inverter por estarem muito perto de zero, passando de negativas para positivas ou ao contrário, como é o caso do resultado do primeiro trimestre. Já o resultado do segundo trimestre, de menos 0,6%, nos critérios do IBGE, pode ser garantido como queda.
“A série passa por um tratamento estatístico e o número é modificado a todo trimestre”, disse, citando como exemplo o resultado do primeiro trimestre de 2014, que foi revisto. “Variações muito grandes são revistas, mas não mudam de sinal. Variações muito próximas do zero, como -0,2%, podem se modificar no trimestre seguinte”.
Editor Carolina Pimentel
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Eles usam uma situação estática e esquecem a situação dinâmica para confundir os telespectadores – regulação da mídia neles…
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