O primeiro debate do segundo turno no Rio Grande do Sul ocorreu nesta terça-feira (14), na Rádio Gaúcha, em Porto Alegre. Antes deste encontro, duas tentativas anteriores de debate tinham sido canceladas pela coligação encabeçada pelo PMDB. No confronto de ideias, o candidato da Unidade Popular pelo Rio Grande (PT, PCdoB, PTB, PR, PPL, PTC, PROS), Tarso Genro, apresentou dados e fatos que demarcaram as diferenças entre o projeto que governa o estado e o adversário.
Entre elas, a divergência sobre a política pública de aumento do salário mínimo regional. “O seu vice é contra; nós temos uma concepção diferente. Para o meu projeto de governo, salário mínimo é política de desenvolvimento econômico regional. Porque o aumento do poder de consumo dos mais pobres impacta positivamente na produção das pequenas e médias empresas, que atendem ao consumo interno”, afirmou.
Já para José Ivo Sartori, o salário mínimo regional não deve ser alvo de ações de governo, que seria “apenas um mediador”.
Tarso complementou seu raciocínio, reiterando que a política de aumento do vencimento básico dos trabalhadores gaúchos foi alvo de uma intensa discussão pública no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). “Nós discutimos com a sociedade, não foi uma decisão arbitrária do governador. No CDES construímos a política com empresários, universidades e olhamos esta política pública com princípios”, rebateu Tarso.
Governador resgata posição do PMDB sobre pedágios e dívida
Tarso também esclareceu aos eleitores que a sigla de José Ivo Sartori, o PMDB, tem responsabilidade concreta sobre dois problemas enfrentados em sua gestão: a dívida pública e os pedágios.
Sobre este último tema, o próprio Sartori admitiu que o modelo de pedagiamento privado feito pelo ex-governador Antônio Britto e aprovado por ele como deputado estadual foi equivocado. Também foi durante a gestão Britto (e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB), que foi negociado e assinado o contrato de renegociação da dívida com juros exorbitantes, que a tornaram impagável – e cuja solução foi encaminhada por Tarso.
“Nós apresentamos um projeto para resolver o endividamento brutal patrocinado pelo teu partido. Teremos um abatimento de R$15 bilhões, fruto do acordo com a presidência. Com isso vamos abrir mais espaço fiscal para novos investimentos”, reiterou Tarso.
Experiência como ministro também foi abordada
Os temas da segurança, tecnologia, meio ambiente, desenvolvimento econômico e previdência também foram abordados no encontro. Tarso, que foi ministro da Justiça, Educação e Relações Institucionais, explicou aos ouvintes as diferenças entre seu projeto e o do adversário.
“O senhor devolveu recursos do Ministério da Justiça para qualificar a Guarda Municipal de Caxias e complementar a integração com as polícias. Isto mostra que o senhor não está tão profundo conhecedor da política de segurança assim como diz”, afirmou o candidato da Unidade Popular.
Na despedida, Tarso Genro pediu que os eleitores não interrompam o processo de mudança iniciado por ele e disse que, apesar de não ter feito tudo que gostaria, o crescimento com igualdade que seu projeto e o de Dilma Rousseff representam precisa seguir em frente.
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