Manifestações foram registradas em mais de 50 cidades na quarta. Mobilização foi decisiva para adiar votação dos destaques do texto na Câmara. Agora é manter e ampliar a mobilização para derrubar de vez esta grande ameaça aos direitos dos trabalhadores.
Milhares de trabalhadores saíram às ruas na quarta-feira (16) em mais de 50 cidades e em pelo menos 23 estados, além do Distrito Federal, contra o Projeto de Lei 4330, que regulamenta a terceirização. Somadas as estimativas dos organizadores dos atos nas regiões, mais de 75 mil pessoas participaram das mobilizações.
Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), as mobilizações foram decisivas para o adiamento da votação dos destaques ao Projeto de Lei 4330, que dispõe, entre outros pontos, sobre a terceirização da atividade fim de empresas. Para o deputado, o Plenário não quer votar às “escuras” uma matéria de tamanha complexidade.
“Fruto dos movimentos nas ruas, o requerimento de adiamento foi acolhido pela Câmara”, destaca Guimarães.
Segundo Guimarães, além da pressão das ruas, o adiamento foi fruto do acolhimento de uma proposta apresentada pelo PT para que a discussão sobre o PL 4330 seja feita entre os empresários, o governo, as centrais sindicais e o Congresso Nacional.
“É uma matéria que afeta milhões de trabalhadores e a economia nacional. Não pode ser votada às pressas”, lembra Guimarães.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) defende que a voz das ruas se fez sentir no Plenário. Segundo ela, o trabalhador mostrou que tem força em torno de uma causa.
No entanto, para Maria do Rosário, é preciso que a mobilização continue para derrotar o projeto, tanto na Câmara quanto no Senado. Ela também defendeu mobilização pública para apoiar a Presidenta Dilma Rousseff a vetar o texto, caso seja aprovado no Congresso.
“O texto cria situações de semiescravidão. O PT, em todas as fases desse processo esteve e estará ao lado da CUT e dos trabalhadores”, destaca Rosário.
Em declaração coletiva na quarta-feira, o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que o PL 4330 não pretende regularizar e proteger 12 milhões de trabalhares, mas colocar 35 milhões de trabalhadores em situação precária de terceirizados.
Em postagem no Facebook, Freitas parabenizou os militantes pela mobilização. “Parabéns a todos que foram às ruas de todo o Brasil e aos que trabalharam arduamente para o sucesso dos nossos atos em todas as capitais, no DF e nas cidades do interior do País. Não dá para esquecer que nós fizemos tudo isso que o Brasil viu hoje em apenas uma semana”, disse.
“A militância nas ruas, explicando para o povo que o 4330 é o projeto da escravidão, dizendo quem são os deputados a favor do desmonte da CLT, sensibiliza, principalmente quem quer se reeleger nas próximas eleições”, escreveu Freitas.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias
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