Ajuste fiscal, Agenda Brasil e “Lei Antiterror” foram alguns dos temas levantados pelos movimentos no encontro realizado nesta quinta-feira (13), em Brasília (DF)
Com críticas ao que chamam de “onda de retrocesso em curso no Congresso Nacional e a pauta conservadora do próprio governo”, diversos movimentos cobraram da presidenta Dilma Rousseff avanços para a classe trabalhadora. Nesta quinta-feira (13), cerca de mil representantes de mais de 50 movimentos e organizações sociais do campo e da cidade participaram do encontro Diálogo com Movimentos Sociais Brasileiros, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
O ajuste fiscal proposto pelo governo federal e a Agenda Brasil, apresentada na segunda-feira (10) no plenário do Senado, pelo presidente da Casa Renan Calheiros, foram alguns dos temas levantados pelos movimentos.
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Em sua fala, Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) criticou tal política e afirmou que o governo deve realizar ajustes em cima do capital financeiro e não do povo brasileiro.
“O ajuste deve ser com a taxação dos grandes bancos, no cinto daqueles que há 500 anos enchem o bolso e engordam nas costas da classe trabalhadora. A saída para a solução dos problemas não é com o Cunha e o Renan”, ressaltou.
Na mesma linha comentou o presidente da CUT, Vagner Freitas, que apontou a Agenda Brasil como um grande retrocesso nos direitos do povo brasileiro. “A presidente deve governar com a proposta para a qual foi eleita. Deve realizar reformas populares para o povo e com o povo. A agenda para o Brasil não é a que foi apresentada pelo Renan. Essa pauta é dele e não interessa à classe trabalhadora”, enfatizou Freitas.
Alexandre Conceição, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reafirmou a necessidade de defesa da democracia brasileira, também criticou a política de ajuste fiscal do governo e pediu à presidenta para vetar o PL 2016/15, que tipifica o crime de terrorismo e tem sido criticada pela maioria dos movimentos sociais. A chamada “lei antiterror” foi aprovada pela Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12).
“Presidente Dilma Rousseff, defender esse mandato significa justamente uma outra política, aquela agenda para a qual o povo a elegeu e não projeto que está em vigor. No Brasil tem uma oposição que não aceita ser derrotada, mas a classe trabalhadora precisa de um gesto do governo que sinalize um embate contra esse retrocesso. Por isso Dilma, vete a lei antiterrorismo que vem para criminalizar a luta dos movimentos sociais no país”, disse.
No encontro, a presidenta não se comprometeu com o veto, porém lembrou do período em que foi militante na ditadura militar e sinalizou: “não peçam a mim para ser contrária a qualquer manifestação que eu não serei. Eu sou leal à minha geração e tenho que honrar todo aqueles que não sobreviveram”.
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