A família do diretor de cinema Rogério Sganzerla negou a cessão de direitos de uso de trechos de filmes do autor para a Fundação Roberto Marinho. O objetivo da fundação, ligada à Rede Globo, era usar partes de “Sem Essa Aranha” e “Copacabana Mon Amour”, no novo Museu da Imagem e do Som (MIS), que será inaugurado em Copacabana, na capital fluminense.
Em texto que divulgou na noite desta terça-feira, Sinai, uma das filhas de Sganzerla, explicou que sua família não deseja “vincular a obra de Rogério Sganzerla com uma instituição que estimula a violência e o desrespeito à democracia”. Procurada por telefone por funcionários da fundação, ela lembrou que o pai “teve de deixar o Brasil por ter realizado estes filmes sob a sombra de um golpe”.
Em sua mensagem Sinai lembra ainda que o Grupo Globo “apoiou o Golpe de Estado em 1964 e também realizou diversas manipulações eleitorais, e pela atual posição que o jornalismo da empresa vem desenvolvendo, principalmente nos últimos dias” para explicar mais a decisão da família.
Sganzerla tem seu nome marcado na história do cinema brasileiro desde o primeiro longa-metragem que dirigiu, O Bandido da Luz Vermelha, em 1968. Morto em 2004, ele se dedicou a filmes de ficção e documentários. O autor e crítico foi casado com a atriz e diretora Helena Ignez, com quem teve as filhas Sinai e Djin.
Descubra mais sobre Luíz Müller Blog
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.