Rodrigo Maia reconhece que as Redes estão sendo decisivas no combate a destruição da Previdência Social que Guedes e Bolsonaro promovem e pede volta da “tática que elegeu Bolsonaro”, ou seja, a Rede de Mentiras que já começou a ficar clara para parcela da população. Os militantes de carne e osso que se engajaram na campanha de Bolsonaro e deram ares de veracidade para as mentiras mil vezes repetidas por bolsonaro e sua trupe, não estão reproduzindo as mentiras diuturnamente repetidas pela Globo e pela grande mídia a serviço dos banqueiros. Mas a fala de Rodrigo Maia é também um alerta aos democratas e a esquerda: As Redes Sociais mandam mais na narrativa do que os grandes meios de comunicação.
Segue Matéria da Folha de São Paulo
Maia quer tática que elegeu Bolsonaro em campanha por reforma da Previdência
O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) precisa usar a estrutura política de comunicação que o ajudou a chegar ao poder para convencer a sociedade da importância da reforma da Previdência, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em debate promovido pela Folha e pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) nesta segunda-feira (25).
“A questão da comunicação é decisiva. Não tem como ir para o enfrentamento de um tema tão sensível como esse sem ter a capacidade de explicar de forma muito clara para o cidadão o que estamos fazendo, qual o objetivo da reforma”, disse.
“O governo precisa fazer isso. [Usar] estrutura política que levou o presidente ao governo e que apresentou competência muito grande de influencia nessas redes. […] Essa parte política, o partido do presidente, precisar ter a capacidade de enfrentar, saber explicar de forma didática”, completou.

Segundo Maia, o debate da reforma deve se concentrar na aprovação de uma idade mínima, com possibilidades para transição, e nas mudanças para servidores públicos dos três poderes.
O governo propôs uma idade mínima para aposentadoria de 65 anos (homem) e 62 (mulher) para o segurado do INSS e o funcionalismo público, além de um tempo mínimo de contribuição de 20 anos para o regime geral e 25 anos para servidores.
“Não é justo que a sociedade assuma o financiamento do setor público. Quem tem que resolver isso são os servidores públicos”, acrescentou Maia sobre a elevação da alíquota previdenciária do segmento para até 22%. Entidades de servidores já ameaçaram questionar esse percentual no STF (Supremo Tribunal Federal).
Para Armando Castelar, pesquisador da FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), uma economia de R$ 800 bilhões seria um piso para “desidratar” o texto. A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que o texto proposto na íntegra geraria uma economia acima de R$ 1 trilhão.
“Mesmo se aprovasse tudo, o gasto do governo ainda teria um crescimento real de 2% ao ano. Ou seja, não tem muita gordura para queimar”, disse Castelar.
Maia criticou, no entanto, a inclusão na proposta de alterações no BPC(Benefício de Prestação Continuada) para idosos mais pobres e na aposentadoria rural que, segundo ele, tem suas particularidades.
“Da forma como foi colocado, se o BPC não vai inviabilizar o sistema, está mais inviabilizando a aprovação da reforma”, disse Maia.
Hoje, têm acesso ao pagamento de um salário mínimo pessoas a partir de 65 anos. O texto enviado ao Congresso pelo governo fala em um benefício fixo de R$ 400 entre 60 e 69 anos e, a partir desta idade, pagaria o mínimo.
“Esses dois temas [BPC e aposentadoria rural] tiram força dos governadores na base dos seus partidos. Eles perdem a condição de ajudar porque a utilização desses dois temas acaba ficando muito forte”, disse Maia em referência, sobretudo, a governadores do Nordeste.
“Se a gente conseguir 20 ou 30 voto na oposição, já aumenta muito nossa possibilidade de aprovar a reforma”, acrescentou Maia.
O presidente da Câmara disse ainda que a elevação do tempo mínimo de contribuição para 20 anos, ante 15 anos para quem se aposenta por idade até então, é muito rápido.
“Esse é outro debate que a esquerda usa com muita competência, que o aumento de 15 anos para 20 é muito duro para o brasileiro mais simples”, afirmou.
Sobre a reforma para as Forças Armadas, que não foi incluída no texto principal e será encaminhada via lei complementar, Maia disse que o governo não pode demorar para apresentá-la.
“Como é mais fácil de aprovar, eles têm medo de caminhar e aprovar antes. Eu já me comprometi que só votamos os militares no dia seguinte da votação do regime geral. Mas tem que mandar o mais rápido possível, porque isso atrasa [a tramitação das mudanças na aposentadoria geral], há a compreensão do parlamento de que todos os setores precisam estar na reforma”, afirma.
Apesar de afirmar não ter preocupação com o prazo de tramitação do texto, Maia disse acreditar que 40 a 50 dias seriam suficientes para debater o texto em comissão do parlamento.
O deputado disse ainda que o presidente da República não é obrigado a governar com o Legislativo, mas que conversas são importantes para que o projeto passe.
“Quem não precisa do Legislativo pode governar de forma individual. [A gente] tem que sair desse debate menor de nomeações e entender que é preciso construir alianças de governabilidade que vão aprovar a [reforma da] Previdência”, disse.
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