América Latina/Imperialismo/soberania nacional

Lula, o Brasil, a pirataria moderna e o velho imperialismo norte-americano

Nos últimos anos, assistimos a episódios que revelam a face mais crua da política externa dos Estados Unidos: a apreensão de petroleiros de diferentes bandeiras, sob o pretexto de combater o comércio de petróleo venezuelano. Essa prática, que até analistas de centro-direita já qualificam como uma forma de pirataria contemporânea, expõe não apenas a arrogância de Washington, mas também sua disposição em atropelar normas internacionais e a soberania de países latino-americanos.

Historicamente, a América Latina foi tratada como o “quintal” dos EUA, uma região onde intervenções militares, golpes apoiados e bloqueios econômicos eram justificados pela lógica da Doutrina Monroe. Hoje, sob a Nova Política de Segurança Nacional dos EUA, vemos uma atualização desse mesmo padrão: ao abrir mão de disputas de poder na Ásia e na Europa, os EUA voltam seus olhos para a América Latina, tentando reafirmar sua hegemonia em um espaço que já consideraram exclusivo.

O sequestro de petroleiros não é apenas um ato isolado. É parte de uma estratégia que busca estrangular economicamente a Venezuela e, por extensão, intimidar qualquer país que ouse desafiar os interesses norte-americanos. Essa política de “ave de rapina” revela um império que, em crise de legitimidade global, recorre a métodos cada vez mais agressivos e ilegais para manter sua influência.

O mais grave é que tais ações não atingem apenas Caracas. Elas representam uma ameaça direta à soberania de toda a América Latina. Se hoje são petroleiros venezuelanos, amanhã podem ser navios brasileiros, argentinos ou de qualquer outra nação que se recuse a alinhar-se aos ditames de Washington. A mensagem é clara: quem não se submeter, será punido.

Diante desse cenário, cabe aos povos latino-americanos recuperar a memória histórica e fortalecer os laços de integração regional. Só unidos poderemos enfrentar a ofensiva imperial e defender nosso direito de decidir nossos próprios destinos. A pirataria moderna dos EUA não é apenas um ataque à Venezuela, mas um ataque à dignidade de todos nós.

Na Cúpula do MERCOSUL, Lula afirmou com todas as letras, que a pirataria praticada pelos Estados Unidos contra petroleiros venezuelanos representa uma grave violação do direito internacional, e o Brasil rejeita qualquer intervenção externa que ameace a soberania da América Latina.

Mas há que ter claro, que a Guerra Hibrida do Império Contra a Venezuela e a América Latina, também é travada aqui no Brasil. A Insistência com que a mídia tupiniquim classifica Maduro de Ditador e a Venezuela como Ditadura, não é fortuita. Sem esta narrativa, a Defesa da Soberania da Venezuela ficaria bem mais simples de se fazer diante da população.

Mas tal qual na época da Doutrina Monroe, estamos falando dos EUA, hoje decadente, tentando recuperar “seu quintal”.

Cabe agora as Instituições, as organizações e os Partidos Políticos defensores da Democracia e da Soberania das Nações Latino Americanas saírem a campo, nas ruas e nas redes, para esclarecer e mobilizar a população diante do criminoso ataque da Pirataria Imperial, antes que seja tarde.


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