Acabo de ver um debate no “Palavras cruzadas” da TVCOM. O mediador, pra variar, era o Lasier Martins, “flor da ética gaudéria”. O tema era o arquivamento das 11 denúncias contra Sarney. As viagens filosóficas dos debatedores tentavam explicar o que esta ocorrendo no Brasil. É claro que os intelectuais presentes não colocaram na balança a distribuição de renda e as melhorias de condições de vida do povo. O que foi a tônica, foi a “ética” dos senadores. E como não podia deixar de ser, apareceu um intelectual, Gunter Axt, historiador, que disse que ao povo faltava “entendimento esclarecido”. Não faltaram também referência aos sofistas, que pra variar, são esculachados pelos filósofos de plantão. Segundo um outro debatedor da noite “a retórica, ou seja, a virtude da persuasão” estaria subjugando a ética e a moral dos brasileiros e assim o senado “enterra” as acusações contra Sarney. Para os intelectuais de plantão, que se dispõe a fazer este tipo de debate com este “às” da filosofia riograndense, Lasier Martins, o que o povo pensa, não conta, pois este povo esta sujeito a retórica dos sofistas atuais. Quanta bobagem. O povo não esta nem aí para as acusações que nascem a cada dia nas torres do congresso. O povo está ganhando mais, comprando mais, tendo mais empregos e a renda esta sendo melhor distribuida. Não bastassem estes itens, nunca tantos do povo acessaram a universidade e a escola. O povo esta podendo ser cidadão, coisa que não era permitido a maioria a até bem pouco tempo atrás. A ética, ou o ethos, é construida no dia a dia da vivência das pessoas em sociedade. É muito triste ver nossos intelectuais tupiniquins continuar o seu estéril discurso da ética e da moral européia. O Brasil e os Brasileiros ganhariam muito, se esta gente que ganha pra pensar e pra ensinar nas nossas universidades elaborasse sobre esta forma de ser do brasileiro, que incluiu no seu modo de vida o “jeitinho”. Já esta mais do que na hora da nossa intelectualidade se dar conta de que nosso povo não precisa de modelos e exemplos morais e éticos importados. Nesta terra brasilis temos nossa moral e nossa ética, e não será o discurso viciado dos intelectuais que mudará o modo e jeito de ser dos brasileiros, seja na fila do banco, seja no congresso nacional. Viva o povo brasileiro e a cultura que forjamos, nós e nossos ancestrais, bem longe das análises sociológicas de intelectuais europeizados ou europeus.
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