Por Luiz Müller
A Esquerda no mundo já cometeu equivocos. E muitos. O pior deles foi não ter ouvido as proféticas palavras de Trotsky diante da máquina assassina que Stalin montava na década de 20 na União Soviética, escondida atrás da utopia socialista. Os créditos de guerra votados pelos socialistas, maioria nos parlamentos europeus, que sustentaram as grandes guerras, onde trabalhadores e pobres morrerram como bucha de canhão, o apoio títere dos comunistas a ditadura Vargas, que foi tão longe a ponto de não questionar a entrega de Olga Benário e outros ao assassino Hitler. A terrível submissão dos partidos Social-Democratas europeus, caudatários das esperanças da calsse trabalhadora, frente ao neo liberalismo na década de 1980 e 1990. Mas contra as ditaduras e contra a submissão ao neo liberalismo, foi a classe trabalhadora brasileira que forjou um partido de novo tipo, o Partido dos trabalhadores. Com a bandeira do PT lutamos contra o estado burocrático stalinista. Apoiamos o Sindicato Solidarnosc(Solidariedade) na Polônia, que nascia nos mesmos dias do PT. Batemos duro na Burocracia soviética, por que sabíamos de seu conteúdo. Em 1989 condemos o “Massacre da Paz Celestial” em Pequim, por que alí havia as marcas da instalação de um outro tipo de ditadura. O PT acertou em cheio. Nesceu do combate da Classe trabalhadora contra a burguesia internacional. Pela bandeira da Soberania dos povos, tivemos que suportar certos desvios, como apoiar Cuba, sob ditadura, e Líbia, sob ditadura. Mas era a bandeira da soberania dos povos. Povos? E eles haviam sido consultados? É bem provável que não.

Confraternização Entre Soldados e Trabalhadores Egipcios: Pais e filhos do mesmo povo se encontrando na frente de batalha
Kadafi reprime protestos com sangue e fogo na Líbia
Os protestos populares que sacodem o Oriente Médio chegaram a Líbia, onde milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades, apesar da violenta repressão, para pedir o fim de 41 anos do regime autocrático de Muammar Kadafi. Segundo denúncia da Anistia Internacional, pelo menos 46 pessoas morreram nas últimas 72 horas, vítimas da repressão governamental. A maioria das queixas dos líbios é similar às que levaram tunisianos e egípcios a se rebelar. Muitos pediram o fim da ditadura, a instauração de uma democracia e um melhor uso para os lucros petroleiros.
Emad Mekay – IPS
Página no Facebook com imagens dos protestos na Líbia.
A organização de direitos humanos Anistia Internacional assinala que nas últimas 72 horas morreram pelo menos 46 pessoas, resultado da violência empregada pelo regime em resposta ao primeiro grande desafio de sua história. Como ocorreu com as revoluções que derrubaram os governos da Tunísia e do Egito, as redes sociais na internet se tornaram uma importante fonte de informação sobre o levante na Líbia. O mal estar iniciou quando ativistas da rede das redes se opuseram ao mandato ditatorial de Kadafi, convocando um “Dia da ira” para 17 de fevereiro, reclamando sua renúncia. Eles criaram uma página na internet para publicar informações a respeito (http://www.libyafeb17.com).
Vídeos feitos com telefones celulares mostram manifestantes na cidade de Benghazi atacando escritórios dos “comitês populares” de Kadafi, que, na verdade, são escritórios do governo. Jovens manifestantes também destruíram monumentos oficiais que representam o Livro Verde, escrito por Kadafi e usado como Constituição de fato do país, onde o governante expõe sua ideologia. “O povo quer uma mudança de regime”, disseram os manifestantes em vídeos publicados na internet, adotando slogans da revolução egípcia que derrubou Hosni Mubarak (1981-2011). “Abaixo, abaixo o ditador”, gritaram.
A maioria das queixas dos líbios é similar às que levaram tunisianos e egípcios a se rebelar. Muitos pediram o fim da ditadura, a instauração de uma democracia e um melhor uso para os lucros petroleiros. Os protestos na Líbia suscitaram uma resposta sangrenta e imediata. Na rede social Twitter, alguns sustentaram que as forças de segurança pessoal dos filhos de Kadafi dispararam contra os manifestantes. Organizações internacionais de direitos humanos confirmam que o regime usou balas de chumbo contra os opositores. Segundo fontes locais, o regime utilizou mercenários de países africanos para dispersar os manifestantes. Kadafi, célebre por sua excentricidade, se autodenominou nos últimos anos “rei dos reis da África”.
Cidadãos líbios publicaram na internet que a cidade de Derna “agora é livre”, o que significa que, nas últimas horas de sexta, não havia efetivos pró Kadafi na região. Outros disseram que os habitantes de Derna se dirigiam a Benghazi para ajudar a população a defender-se dos mercenários. A Anistia Internacional pediu às autoridades líbias para “deixar de usar a força excessiva para eliminar os protestos contra o governo”.
Os protestos ocorrem agora apesar das medidas tomadas pelo regime líbio para prevenir revoltas como as da Tunísia e do Egito. Dezenas de ativistas foram presos e advertiu-se aos cidadãos para que não se unissem aos protestos. As forças de segurança incrementaram sua presença nas ruas. O governo proibiu toda a cobertura de imprensa sobre esses fatos e prendeu vários jornalistas em Benghazi, cidade que está registrando alguns dos enfrentamentos mais violentos. O governo de Kadafi proibiu, sexta-feira, todo acesso ao site da Al Jazeera. “As autoridades líbias tentaram silenciar este protesto mesmo antes dele iniciar, mas isso, claramente, não funcionou”, disse um comunicado do diretor da Anistia Internacional para o Oriente Médio e norte da África, Malcolm Smart. “Agora estão recorrendo a meios brutais para castigar e dissuadir os manifestantes”, acrescentou.
A organização pediu ainda que as autoridades líbias ordenassem uma investigação imediata sobre os mortais ataques contra o povo que saiu às ruas. Informes locais sugerem que os manifestantes tomaram o controle da praça Al-Sehaba, em Derna, imitando os egípcios que fizeram o mesmo na praça Tahrir, no Cairo. Logo dominaram a cidade, acrescentam.
O governo respondeu com manifestações favoráveis a Kadafi. A agência oficial de notícias Jamahiriya informou que milhares de líbios marcharam sexta-feira em apoio a Kadafi. A mesma agência publicou mais de 40 informes sugerindo que Kadafi conta com respaldo da população em todo o país. Kadafi, que derrubou a monarquia mediante um golpe militar em 1969, quando tinha apenas 27 anos, é o líder que se mantém no poder há mais tempo na região, governando com mão de ferro esta nação de 6,5 milhões de habitantes. Kadafi obriga os alunos do país a estudar seu Livro Verde e mudou os nomes dos meses no calendário por títulos inventados por ele.
Desértica em sua maior parte, a Líbia é rica em petróleo. As vendas de combustível e gás representaram mais de 95% dos lucros derivados das exportações e cerca de 80% das receitas tributárias em 2008, segundo o Fundo Monetário Internacional. A insatisfação popular que agora se expressa nas ruas pode afetar as exportações para países europeus e pressionar a alta de preços do petróleo. A Líbia vende este recurso para Itália, Alemanha, França e Espanha. Após levantar as sanções contra a Líbia em 2004, os EUA também aumentaram suas importações do petróleo líbio.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer
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Desculpa, mas é muita baboseira. Esse PT tá na contra mão da história mesmo. O cara condena a Social Democracia, mas quem mais aplica é o próprio PT. Na mesma mão do imperialismo, mas falando manso, achando que tá apavorando. Construindo o monopólio na política e pagando de democrático.
Mas tudo bem, na cronologia do PT o ápice já passou. Tá em declínio crônico com o abismo à vista.
Saudações comunistas.
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Eric
A condenação à social democracia é por que ela não cumpriu o seu papel histórico até o fim, qual seja, o da construção do socialismo no mundo, preferindo votar os créditos de guerra na 1ª geurra e na 2ª guerra mundial. Não quer dizer que eu não concorde com as bandeiras da social democracia. Mas depois as organizações da classe trabalhadora se aperfeiçoaram .E aperfeiçoaram tanto que compreedneram o papel nefasto do stalinismo na URSS e no mundo. Mas quem melhor compreendeu isto foi o povo soviético, que derrotou aquela correia de transmissão do capitalismo. Infelismente não estavamos preparados para sinalizar o caminho pras massas em revolução. E ainda não estamos. Basta ver o que esta acontecendo no mundo árabe. O povo se rebela…a revolução anda…Comitês revolucionários são constituídos, mas não há uma direção política clara para os movimentos. A melhor experiência partidária que a Classe trabalhadora construiu depois da ruína dos partidos da social democracia e do “socialismo real” é o PT. E é disto que falo no texto. Não esta em declinio. Pelo contrário, o apoio popular ao PT cresce a cada ano. O que esta em jogo é a capacidade nossa de aliar a nossa ação governamental a necessária elaboração teórica sobre as novas práticas que o PT, o povo brasileiro e as massas populares no mundo inteiro estão construindo. Se leres o Discurso da Ministra Maria do Rosário no Conselho de Segurnaça da ONU, com a mensagem do governo brasileiro, sobre o tema da revolução árabe, verá que o PT esta no rumo certo sim. A máxima “a classe trabalhadora é internacional”, nunca esteve tão viva. Abraço pra ti.
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