Cinco meses de total e maciço apoio dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) – com a França à frente – e os rebeldes não conseguiram tomar o poder do presidente Muamar Kadhaffi, na Líbia.
Não obtiveram êxito nem com os bombardeios, que estão simplesmente destruindo toda a infraestrutura do pais, nem com o bloqueio total e absoluto (não apenas financeiro mas, também, econômico e de matérias primas e alimentos), nem com o fornecimento de recursos abundantes e das mais modernas armas leves e pesadas.
Nada disso conseguiu transformar em realidade uma ilusão: um movimento rebelde que não existe e não tem apoio interno suficiente para tomar o poder. Mais do que isto: com essas políticas as potências ocidentais envolvidas no conflito violam abertamente todos os princípios que levaram – ou foram apresentados – para a opinião pública internacional como justificativa para a intervenção inédita e atípica da OTAN na Líbia.
Sem sucesso, mesmo cometendo as maiores arbitrariedades
Nem mesmo ao desrespeitarem os direitos humanos, a segurança e a vida da população civil, sua proteção e sobrevivência, diariamente violados pelos rebeldes com as próprias instituições de direitos humanos estão a denunciar.
Na Líbia o que estamos assistindo é o fim de uma época. Por mais que pareça o contrário, o que vemos é o início – ou o reinício – da tentativa de restauração da supremacia das ex-potências europeias. Justo elas, que não conseguem mais disfarçar sua decadência, já que nem recursos orçamentários seus países membros têm para financiar a aventura na Líbia.
Daí, por fim, a entrada dos Estados Unidos reconhecendo a partir deste fim de semana (do sábado) o chamado governo ou comissão de transição rebelde, o que virá acompanhado, como já sabemos, do apoio militar e financeiro – seja aberto ou secreto da CIA. Este, aliás, nem tão secreto mais, já que nem a CIA é a mesma de anos atrás quando tramava secretamente e só anos depois era descoberta.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
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