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O que há nas lixeiras de grife italiana que a Prefeitura instalou em Porto Alegre???

Lixeiras importadas da Itália são instaladas em Porto Alegre

Instalaram conteiners de lixo em Porto Alegre. Fizeram uma alaúza por causa disto. Mas os conteiners são somente para resíduos orgânicos. Não colocaram conteiners para resíduos sólidos, recicláveis. E a turma, que separa os sacos por tipo de lixo em casa, acaba utilizando os tais conteiners para jogar ambos os tipos de lixo. Até por que a coleta seletiva em Porto Alegre deixa muito a desejar. Os governantes fizeram alaúza e uma parte insignificante de portoalegrenses resolveu vandalizar os tais containers com grife. Houve até alguns que reclamaram do tamanho, dizendo qua em seu lugar caberia mais um carro estacionado. Não sou de nenhum destes. Mas sou um portoalegrense preocupado com o que fazem na gestão da minha cidade. E é esta a razão deste post. Pelo jornal, após dois destes conteineirs serem depredados por vândalos, fiquei sabendo que cada unidade custa R$ 4.000,00. E foram comprados na Itália. Tecnologia e mão de obra italiana para fabricar lixeiras para as ruas de Porto Alegre. Coisa estranha. Nas plataformas petrolíferas construídas aqui no Brasil, algumas delas no Polo Naval de Rio Grande, é exigido que parte significativa da fabricação dos componentes, montagem e mão de obra sejam brasileiras. Da mesma forma agora, na licitação para a construção dos nossos primeiros submarinos verdadeiramente nacionais.  Mesmo no caso do aviões da FAB, que ainda não foram comprados, o quesito de serem feitos no Brasil e tranferirem tecnologia é parte fundamental da contratação da compra. E aí compramos “lixeiras italianas”. Também pelas matérias jornalísitcas ficamos sabendo que o novo método de coleta significará uma redução do número de trabalhadores. Onde antes eram 4 garís e um motorista por caminhão, agora são um garí e um motorista. Não tenho problema quanto a automatização. Até por que há empregos menos insalubres para serem ocupados por estes garís. Mas esta automatização gera redução significativa de custos. Se somarmos os salários das 3 pessoas que já não são mais necessárias no processo, mais os direitos previdenciários e trabalhistas e a taxa de administração destes que a empresa responsável pela coleta embolsa, vamos ter um valor de pelo R$ 4.500,00 por caminhão/mês). No ano são R$ 54.000,00 por caminhão. Quantos caminhões são necessários para fazer a coleta que, segundo a Prefeitura, será feita 24 horas por dia? Se é muito ou pouco pagar R$ 4.000,00 por uma lixeira italiana, eu não sei. Mas é evidente que tem “caroço neste angú”. E talvez ele não esteja no preço da lixeira com grife. Não ví escrito em nenhum jornal e nem tampouco ouví nenhuma autoridade municipal falando que haverá redução de custos na coleta de lixo em Porto Alegre. Logo, depreende-se que o custo para a Prefeitura continuará o mesmo. Ou seja, a Prefeitura comprou lixeiras italianas que vão propiciar uma ampliação nos escandalosos ganhos da empresa que coleta lixo em Porto Alegre. E a tal mídia “investigadora”, que gosta muito de manchetear suposta corrupção em obras, mostrando supostos corruptos e escondendo os corruptores, novamente se cala.

A grande mídia guasca preferiu não investigar a fundo o mal cheirosos mercado da coleta de lixo, mas fez questão de condenar a “cultura” dos portoalegrenses que resolveram jogar seu lixo reciclável também nas tais lixeiras. Não ouví nem o Prefeito nem a mídia falando também sobre esta coleta seletiva que só é feita de tres em tres dias, e da qual muito não chega aos galpões onde trabalham os catadores, por que este lixo reciclável pode até estar sendo comercializado pela propria empresa que já recebe para fazer a coleta. Ou não? Como se vê, pode haver muito mais por baixo do lixo de Porto Alegre do que lixeiras com grife italiana.

 


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13 pensamentos sobre “O que há nas lixeiras de grife italiana que a Prefeitura instalou em Porto Alegre???

  1. Além de tudo isso, na cidade de pior mobilidade urbana do País, estão colocadas em cima calçadas junto com filas de ônibus, em paradas de táxi, em frente a farmácias. A toda hora os catadores reviram as lixeiras “orgânicas” atrás de material reciclável. Isso me parece uma licitaçãozinha antes do período eleitoral. A diferença é que essa vai custar votos. Preço que paga por não ouvir a sociedade, não antecipar campanha de esclarecimento. Lamentável decisão.
    Convido o autor a discutir também o Viaduto Otávio Rocha, o nosso Pelourinho Gaúcho. Monumento tombado, arquitetura única e cheio de problemas sociais. Yes, nos temos Pelourinho. Relho neles!

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    • Mais uma pergunta que o gestor municipal tem que responder. Até por que, mesmo que fosse o mesmo preço aqui, ainda assim ganhariamos, pois os empregos seriam daqui, os tributos seriam pagos aqui, etc…

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  2. Depois de nomes com José Montauri, José Loureiro da Silva, Ildo Meneghetti, Telmo Thompson Flores e Guilherme Socias Villela, temos que admitir que os prefeitos que Porto Alegre teve até hoje, em sua esmagadora maioria, passaram pelo cargo de maneira quase inócua, sem deixar saudade, a única função que cumpriram foi a tentativa de marcar um espaço para o partido ao qual perteciam. Não é por acaso todo o atrazo da nossa pobre cidade. Exemplo é a Perimetral que ao invés de agilizar o transito o tornou mais lento, pelo excesso de sinaleiras. Em diversos pontos desta perimetral encontram-se, duas ou três, sinaleiras dispostas a menos de 50m de distância entre si sem a menor sincronia nos tempos de abertura. Além de um corredor de ònibus que beira ao surrealismo pela sua ineficiência. E o viaduto funil,na entrada da cidade? Este é digno de premio, um verdadeiro monumento à incompetência da Engenharia, conseguiu-se estrangular o acesso da 116 à Farrapos, dificultar o acesso à Ceará e, ao mesmo tempo, viabilizar uma pista exclusiva para um fluxo insignificante veículos da Souza Reis em direção à Dona Teodora. Poderiamos enumerar uma séria de outros absurtos. Portanto! As lixeiras são apenas mais uma destas baboseiras, afinal o povo está ai para isso mesmo, pagar as inconsequências, a falta de previsibilidade e incapacidade do poder público. Somos os campeões do macaquismo, vivemos de copiar tudo o que tem lá fora como se fosse a solução mágica para todos os nossos males. Viva a tecnologia Italiana de coleta de lixo, provavelmente o atual governo municipal deva imaginar que está se transformando num divisor de águas na história do municipio. Porto Alegre antes e depois da Coleta de lixo com os conteiners. Porque pensar em soluções que envolvam idéias e equipamentos locais, se é muito mais chique as soluções estrangeiras??? “Seria comigo, se antes não fosse trágico” pobres dos nossos filhos e netos, que terão que encontrar explicações e justificativas para o que não tem explicação e tampouco se justifica.

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    • É isto aí Carlos Alberto. Podiam ter feito o desenvolvimento do produto aqui, com uma estética mais afinada com Porto Alegre. Também a propria confecção poderia ter sido realizada aqui, garantindo empregos, salários e arrecadação aqui no estado mesmo. Não acredito que um país que pode fazer mais de 70% de componentes para uma plataforma marítima, 100% de componentes da industria automotiva, etc… não tenha tecnologia e industrias para desenvolver lixeiras. E tu tens razão. Nossos governantes tem que parar de pensar só no “show” da hora de uma inauguração. É preciso que tenhamos uma visão mais estratégica da nossa cidade. Falas de trânsito. Já escrevi posts aqui no Blog sobre o tema. Na Europa e nas principais cidades do mundo, para garantir melhor nível de vida dos cidadãos, da pessoas e do ambiente, carros particulares estão sendo tirados dos centros históricos e comerciais. O transporte coletivo é qualificado e há a valorização de transporte alternativo, como bicicletas por exemplo, que são encontráveis para alugar em qualquer rua dos centros de Roma, Milão, Amsterdã, Firenze e outras cidades. Note-se, que bicicleta na Europa não é só instrumento de lazer para o fim de semana.É meio de transporte para o trabalho. Há inclusive um sistema eletrônico de locação das mesmas. Mas aqui em Porto Alegre, ao contrário de melhorar, pioramos. É só ver o que aconteceu no Centro da Cidade, na Praça XV. Tiraram os camelôs, o que foi positivo. Mas enfiaram alí, no mesmo lugar e também sobre o largo Glênio Peres um estacionamento de automóveis. É o poder público incentivando as pessoas a virem ao centro de automóvel e atravancar ainda mais o conturbado Centro da cidade. Ou fazemos um projeto estratégico de gestão, que seja inclusivo, e não excluínte, ou padeceremos no futuro das mesmos males que muitas grandes cidades agora tem que se livrar.

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  3. Uia!
    Êta nóis!
    Bem, bem, bem. Pois é, né.
    Sabes como é…
    E, “mientras tanto”, é o Uruguai o país do futebol, além de, sem minerar um grama, ter-se tornado o maior exportador sul-americano do valioso metal.

    Poderia falar mais, porém, há flores, já, nas árvores incautas, céu azul de brigadeiro e o lago deu vazão às cheias (sinal de quem lago não é, senão de ocasião).

    Estás a dever-me a prometida resenha, caro amigo.

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    • Bah Adroaldo Desculpe a dívida da Resenha. Tô com a vida meio corrida. Mas vou escrever esta semana. Falar nisto, libera aí o Link pros teus livros pra turma que lê meu Blog. Abraços

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  4. Caro Luiz,
    finalmente uma voz que sugere a duvida, o jornalismo investigativo. Estou gritando aos quatro ventos e já quase sem voz. – Será que depois de 500 anos de historia, ainda não temos desenvolvimento tecnológico para fazer uma caixa ?? O prefeito, que se jacta por “andar nas ruas da cidade e conhecer os seus problemas”, diz uma bobagem cada vez que abre aquele buraco de comer sorvete. Ele insiste que são os moradores do Centro que jogam lixo no chão. Ora, em primeiro lugar, o local para o recolhimento de lixo, ERA NO CHÃO ! Quem arrebentava os sacos de lixo e esparramava toda a sujeira pelas calçadas, são as mesmas pessoas que vandalizaram os conteiners: Os catadores de papel pois agora eles só tem acesso ao lixo que está no topo das caixas italianas ! Eu não “acho” que seja isso que aconteceu e acontece. Diferente do Sr. Fortunatti eu ando nas ruas e vejo as coisas acontecerem.
    E tem mais caroço nesse angú, como bem o dissestes, por exemplo, os dumpsters que ficaram perto de grandes edifícios residenciais, lotam uma ou duas vezes POR DIA e, por enquanto o recolhimento está sendo feito de 3 em 3 dias. Nos recipientes que não tem tanta “rotatividade” de lixo, abrir aquele tampão com aquela matéria organica toda se decompondo a um ou dois dias é uma experiencia deveras insalubre. Imagine no verão, que está logo alí. Mais, a esmagadora maioria dos edifícios não tem zelador (a) então, os próprios moradores tem a tarefa de colocar os sacos de lixo nestas lixeiras e já notei o seguinte, mulheres com alguma idade e baixa estatura, simplesmente não conseguem ou sofrem bastante para fazer o que é obrigação de todos, mas que foi muito dificultado por uma decisão apressada e demagógica. Sugiro conteiners feitos no Brasil, que não custem o preço de um fusca velho cada um (o preço correto é R$4.500,00 cada) com menor altura, um pouco mais compridos e com um sistema que não obrigue pessoas de menor estatura a praticamente beijar o caixote para fazer algo tão simples. Estes “cacarejantes”, os “concordinos” que acham tudo uma maravilha, deixam os sacos de lixo no lado da porta de seus apartamentos e os seus zeladores são aqueles que realmente utilizam essas caçambas. Aos primeiros cabe apenas elogiar o aspecto estético destas caixas ou do elegante prefeito de 2 metros de altura….
    Um abraço

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    • Buenas Sergio Não sou jornalista, mas já que os jornalistas e o jornalismo guasca não cumprem o seu papel, vamos nós fazer o nosso. Afinal, cada vez mais pessoas tem encontrado uma alternativa de comunicação nos Blogs. Mas como dizem alguns dos meus amigos, que são jornalistas, blogueiro é blogueiro e jornalista é jornalista. Como Blogueiro, postei aí perguntas que muitos cidadãos também gostariam de fazer. E claro, ver elas respondidas. Por isto, seria bem vindo um jornalismo investigativo completo e não só parcial, como temos tido aqui no RS e no Brasil.

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  5. Luiz, fabricamos containers para coleta urbana aqui no Ceará e fiquei curioso como também varios dever ter ficados para saber a marca ou fabricante /vendedor desses containers italianos. Tentei junto a Prefeitura mas não souberam informar e como estamos distantes peço que se houver como identificar marca ou o proprio nome do fabricante, nos informem. A qualidade desse material superficialmente( por fotos) é excelente, gostariamos de copia-los p/ nossa realidade aqui no Nordeste sendo possivel.

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    • Caro Emilio

      Estamos falando de uma aquisição feita pela Prefeitura em 2011. O texto que comtentas agora, se vires bem, é daquela época e esta respaldado por matérias jornalísitcas da grande mídia onde o Prefeito da Cidade fala da origem dos conteiners. Não sei que empresa é. Se vocês estão interessados, o melhor é procurar os canais corretos, e no caso, a prefeiutra é quem sabe quem são seus fornecedores.

      Grande abraço

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