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Voto Distrital (o barato pode sair caro), ou voto Proporcional??

No Brasil, no Estado, no Município, no Bairro, moram cidadãos. Estes cidadãos tem preferências pessoais, políticas, religiosas e cada um faz parte de uma classe social. Cada lugar tem gente dos mais variados matizes. Em cada lugar muda a proporção de pessoas e grupos com esta ou aquela preferência. Há uma composição PROPORCIONAL na sociedade. Nem sempre o candidato a uma eleição que uma pessoa almeja que o represente, mora naquele bairro, ou no caso de eleições Estaduais ou Nacionais, more até na mesma cidade, podendo morar em outra. No caso do VOTO DISTRITAL, este voto não seria possível, por que o voto dado somente a uma pessoa daquele distrito(região), não podendo concorrer mais que um por Partido. As pessoas de determinada região, de determinado Estado, só poderiam votar numa pessoa daquela região e nunca de outra. Só um Candidato por Partido, e só um por Região. Na maioria dos casos isto significaria que aqueles que detém maior poder, seja político ou econômico, estariam sempre com mais chances de se eleger do que outros, que não teriam estas condições e provavelmente nem poderiam ser candidatos, pois nesta modalidade, apenas um candidato por Partido concorreria.  Um dos argumentos de quem defende este sistema é o custo de uma campanha. Este processo eleitoral restrito a uma candidato por Partido, por Região, custaria mais barato. Mas aí pode valer o adágio popular: “O barato muitas vezes sai caro”. O voto numa pessoa apenas, vai significar que naquela determinada região, somente UM grupo social terá representação. Todos os demais, daquela determinada região, não terão representação. Em Uma região que eleja um RURALISTA por exemplo,  mesmo que ali haja pequenos agricultores, trabalhadores, índios etc…, estes não terão nenhuma representação e dependerão sempre deste sujeito para encaminhar suas demandas, o que ele não fará, pois os interesses que ele representa são antagônicos aos dos demais. O VOTO DISTRITAL esconde o fato de que a sociedade é dividida em Classes Sociais e grupos de interesse, como os religiosos, políticos, culturais, etc…O VOTO DISTRITAL é MAJORITÁRIO, ou seja, a minoria, mesmo que ela seja muito grande, de 49% numa determinada região, não terá representação na Assembleia Legislativa, nem no Congresso. Se todas estas pessoas não tem representação, são os interesses da Classe a qual pertence o sujeito eleito é que vão se impor. Não é portanto muito democrático. E se não é democrático, rapidamente voltaremos a situação atual, onde deputados eleitos por um sistema que se diz proporcional, mas que na verdade contempla o voto em indivíduos e não em projeto de sociedade, onde predominam justamente os interesses de quem tem dinheiro para “comprar” a sua eleição. Votar em pessoas, pode parecer mais fácil. Mas as pessoas pertencem a grupos a uma Classe Social. E dentro da Classe Social pertencem a grupos de interesses e lá defenderão “a sua turma” apenas.

VOTO PROPORCIONAL

charge-ref-politicaSe a sociedade fosse só de indivíduos e não de coletivos, não teríamos SOCIEDADE, pois cada um tentaria impor suas próprias opiniões e não media-las com a dos outros. É por isto que existem PARTIDOS POLÍTICOS. Eles chamam de “partido”, por que representam UMA PARTE da sociedade. Na história eles sempre representaram Classes Sociais. No Brasil, pelo sistema eleitoral existente, com várias brechas, muitos partidos surgiram só para satisfazer os interesses de partes destas classes ou até mesmo interesses individuais de quem os formou(são os partidos de aluguel). No Brasil hoje, não se vota em Partidos. Se vota em indivíduos. Mas estes votos contam para os partidos e os mais votados de determinado partido são eleitos. Ou seja, também aí o poder econômico prevalece, pois quem consegue aparecer mais, tem mais possibilidade de ganhar os votos da sociedade. É uma falsa proporcionalidade. Por isto é o VOTO EM LISTA, ou seja, votar no Projeto Político de determinado partido, coletivo, e não no indivíduo, que mesmo eleito com muitos votos, nem sempre representa de verdade aquilo que aquele partido escreve no seu programa, que garante o verdadeiro VOTO PROPORCIONAL. E a lista não é composta por força do dinheiro, mas sim da capacidade de convencimento de cada grupo de interesse dentro de um determinado partido. No PT, por exemplo, há cotas mínimas de candidaturas de mulheres, jovens, negros, etc…No processo eleitoral vigente hoje, isto não significa muita coisa, pois valerá o poder de fazer campanha para fora, necessitando de muito dinheiro para fazê-la. No VOTO EM LISTA estes grupos de interesse serão aqueles que de fato serão eleitos, pois pelas regras, serão as(os) primeiros(as)  da lista. E quem faz a campanha é o Partido todo, em todo o Estado, para aquela lista. Ou seja, a campanha custará muito mais barato, por que já não mais será preciso que cada candidato corra o Estado inteiro atrás de votos. Então, em qualquer uma das formas o custo reduz. Mas só o VOTO PROPORCIONAL casado com o voto EM LISTA, garante que cada grupo de interesse possa estar representado nas Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional.

Para além destas formas diferentes de votação, há que se constituir outras formas de participação na sociedade, por isto o PLEBISCITO que esta na ordem do dia agora, tem que ser só uma etapa para a CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA que terá por papel aprofundar a Reforma Política e fazer outras REFORMAS que o BRASIL precisa.


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2 pensamentos sobre “Voto Distrital (o barato pode sair caro), ou voto Proporcional??

  1. Mas quem garante que o voto em lista seria realmente a melhor opção, levando em consideração que os partido brasileiros sempre iriam colocar a elite em primeiro plano independente dos outros?Isso parece muito com o sistema de oligarquia vigente.E com os partidos elegeriam essa lista baseada em quê?Acho o voto distrital a melhor opção pois as pessoas vão votar em pessoas da própria região isso facilita a cobrança posterior a eleição pois de que adianta um cidadão A votar na cidade A e eleger o candidato da cidade B, isso não faz sentido pois o cidadão quer votar e ter melhoria em seu local e não na cidade B. Isso é muito incoerente pois o candidato B não vai atuar na região A, até por que supõem-se que ele nem saiba dos seus votos muito menos das regiões.Concluindo voto em lista nunca será melhor que voto distrital, esse sim é melhor em muitos aspectos não só monetariamente falando, também é melhor forma de se controlar melhor o que o candidato anda fazendo pois as alianças e coligações acabariam, partidos de ideologias diferente fazem alianças em eleições para visar cadeiras isso é totalmente imoral passar por cima da ideologia partidária em troca de “cadeiras” isso pra mim tem nome TROCA DE FAVORES ou seja isso sempre acaba em corrupção.

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