“Foi uma falha administrativa”, foi como resumiu o procurador da República de São Paulo Rodrigo de Grandis, responsável pelas investigações sobre os negócios da Alstom no Brasil. Segundo ele, somente na quinta-feira (24) foi que descobriu o pedido de cooperação da Justiça da a Suíça e que ele estava arquivado.
Com a falha, procuradores da Suíça responsáveis por investigar os negócios da empresa Alstom arquivaram o caso de três suspeitos de ter feito pagamento de propina a funcionários de órgãos públicos no País e a políticos do PSDB. Eles haviam sido indiciados pelas autoridades suíças por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com informações publicadas pelo Portal Brasil247, a Justiça Suíça solicitou que a Justiça de São Paulo interrogasse e investigasse a vida financeira de quatro pessoas, entre eles o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, acusado de ter recebido US$ 836 mil, cerca de R$ 1,84 milhão.
Os procuradores suíços pediram que outros três suspeitos de trabalhar como intermediários no pagamento de propina, inclusive a Zaniboni, fossem interrogados: Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos. Mas nenhum pedido foi atendido pelos procuradores brasileiros.
O Ministério Público de São Paulo, que também investiga os negócios da Alstom, soube da existência do pedido da Suíça e solicitou cópias da documentação ao órgão federal responsável pela cooperação com autoridades estrangeiras, o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional).
Alstom pagou US$ 43 mi para encerrar caso
De acordo com informações do Jornal Folha de S. Paulo, a Suíça continua investigando brasileiros suspeitos de intermediar o pagamento de propina, mas encerrou as investigações em torno da Alstom em novembro de 2011, quando fizeram um acordo judicial com a multinacional francesa pelo qual ela pagou uma multa de US$ 42,7 milhões (o equivalente hoje a R$ 94 milhões).
Desde 2008, a Alstom era investigada por suspeita de que um banqueiro fora contratado pela empresa francesa para abrir contas que foram usadas para repassar propinas a funcionários públicos e políticos tucanos do Brasil. Havia a suspeita de que a Alstom teria distribuído um total de US$ 200 milhões em propinas desde o final dos anos 1990.
Trensalão
Há pouco mais de três meses, reportagem publicada na revista IstoÉ denunciou um cartel, formado pelas empresas Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui, que mantinha um esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de propina para políticos tucanos e membros do alto escalão dos governos do PSDB em São Paulo, em troca de favorecimentos nas licitações de obras do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O esquema, segundo a denúncia, começou no governo Mário Covas e continuou nas gestões dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, e negociou valores no total de R$ 1,9 bilhão, provocando um prejuízo de mais de R$ 577 milhões aos cofres públicos.
Pescado do Portal Vermelho
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Mais uma vez as desculpas para limpar as fichas de suspeitos na corrupção Brasileira, é lamentável, os mais antigos corruptos do nosso país nunca vão a julgamento, como podemos desobstruir um caminho que a barreira é a própria lei, que quando quer criam fatos para julgar e quando não destroem ou oculta as provas para não haver julgamento. Prova do argumento foi o julgamento da AP470, até quando? por ventura seria necessário uma revolução? ou apenas a reforma judiciária?; UNIDOS SOMOS FORTES.
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