Em vídeo, Cleonice Back, Agricultora Familiar, e Senadora Suplente de Paulo Paim, explica as razões do Protesto que deve seguir durante a Terça Feira em Frente ao Banco Central
A CUT-RS e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS) promovem nesta terça-feira (15), às 9h, um ato de protesto em frente ao Banco Central (Rua 7 de Setembro, 586), no Centro Histórico de Porto Alegre.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, denuncia que “o tratamento que os homens e mulheres do campo estão recebendo é um absurdo, pois se já não bastassem a dificuldade e a crise no setor leiteiro, o Banco Central impõe uma exclusão dos agricultores familiares ao não permitir que eles contratem empréstimos e seguros agrícolas para a próxima safra”.
“O agricultor que for atingido por algum desastre climático, ou sofrer com a estiagem, pode perder o direito de contratar um empréstimo e fazer o seguro. Isso é uma aberração, pois elimina um grupo expressivo de agricultores da possibilidade de desempenhar o seu trabalho, produzir alimentos e abastecer a mesa das famílias da cidade e do campo”, explica Amarildo.
Ele cobra também juros baixos para incentivar a produção de alimentos. “As altas taxas de juros mantidas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado por Bolsonaro e com mandato até 31 de dezembro de 2024, encarecem o crédito e travam o crescimento econômico e o desenvolvimento, prejudicando também a agricultura familiar”.
Para ele, é hora de juntar as forças do campo e da cidade, para que as demandas dos produtores e das produtoras sejam ouvidas. “Por isso, os trabalhadores da cidade vão se juntar aos agricultores familiares para exigir melhores condições de crédito, seguro e uma política de juros menores”.

Agricultores querem apoio aos produtores de leite
O protesto exigirá que os poderes públicos, tanto estadual quanto federal, tomem providências frente à severa crise instalada no setor leiteiro, que já teve uma redução de 50% no número de produtores no Estado entre 2015 e 2021, segundo dados divulgados pela Emater.
De acordo com o coordenador-geral da Fetraf-RS, Douglas Cenci, o objetivo do ato é sensibilizar o governo e a sociedade e dar visibilidade a temas que vem causando preocupação para os agricultores e as agricultoras familiares, como a crise na cadeia produtiva do leite e a restrição de acessos ao Proagro.

“Infelizmente os esforços que fizemos para chamar a atenção dos governos estadual e federal sobre as dificuldades enfrentadas pelos agricultores não foram compreendidos. Mais uma vez, os agricultores terão que ir às ruas para buscar seus direitos e, com a ajuda dos trabalhadores urbanos esperamos que sejamos ouvidos e que as nossas pautas sejam atendidas, pois queremos continuar produzindo os alimentos que vão à mesa dos brasileiros”, destaca Douglas.
A Fetraf-RS reivindica ações dos governos estadual e federal de apoio e estímulo à atividade leiteira. A entidade avalia que é necessário a presença do Estado, financiando e executando políticas públicas de aquisição da produção e implementação de mecanismos de regulação, para que essa importante atividade da agricultura familiar não fique na dependência exclusiva do mercado.
Com Informações da CUT RS
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