Uma operação da PM espancou e obrigou Moradores de Rua de Itajai a caminharem até Balneário Camboriu sob a escolta de 7 viaturas e um sem número de policiais. Esta é a noticia que saiu na mídia e que por si só já é um escândalo, reproduzirei no decorrer deste artigo.
Mas como é possível uma operação envolvendo 7 veículos e dezenas de policiais, ser feita supostamente sem o conhecimento do Comando? Não é possível. Ou não há comando, ou o Comando é conivente e autoriza este tipo de “operação por conta própria”, como a chamou o Comando da PM.

Mais do que o crime cometido contra estes moradores de Rua, que acabou ganhando a mídia, este cadso deveria servir de alerta para o que aconteceu depois do bolsonarismo se estabelecer nas fileiras das polícias.
Quantas outras “operações por conta própria” esta mesma PM pode estar realizando tanto nesta região como em outras de Santa Catarina?
Quem comanda a PM é o Governador. E ele deve responder pelo crime, não contra estes moradores de rua, mas por não cumprir seu papel de comandante e permitir “operações por conta própria”.
Segue matéria publicada pela mídia local e repercutida pela mídia nacional, mas focando no espancamento e humilhação aos moradores de Rua e não se atendo a esta barbaridade de “operações por conta própria” .

Comando da Polícia Militar informou que os policiais fizeram a operação “por conta própria”
A Corregedoria da Polícia Militar vai investigar os policiais envolvidos em uma operação clandestina que levou mais de 30 pessoas em situação de rua de Itajaí para Balneário Camboriú, na madrugada desta terça-feira (31). Imagens que circulam nas redes sociais mostram as pessoas caminhando em fila indiana pela BR-101, “escoltadas” por pelo menos sete viaturas da PM.
Os vídeos mostram homens e mulheres, alguns deles empurrando carrinhos usados para coleta de recicláveis. Apesar do grande aparato policial envolvido, o comando do 1º Batalhão da PM, em Itajaí, afirma que a operação não foi autorizada e teria sido organizada pelos policiais “por conta própria” — isso significa que ocorreu de forma clandestina e ilegal.
O caso chegou à Secretaria de Assistência Social de Balneário Camboriú por volta das 2h da manhã. A secretária, Christina Barrichello, disse à coluna que encontrou o grupo já em Balneário. Segundo ela, as pessoas relataram terem sido abordadas pelos policiais nos bairros Nossa Senhora das Graças e no São Vicente, em Itajaí, e obrigadas e caminhar até a cidade vizinha.
— Alguns estavam machucados, disseram que apanharam. Todos informaram que eram de Itajaí, ou estão há anos na cidade — relatou Barrichello.
Os relatos falam em espancamento com cassetetes. A Assistência Social de Balneário Camboriú permaneceu com o grupo na rodovia até a chegada da equipe do Centro Pop de Itajaí, o que ocorreu somente por volta de 8h30min— seis horas depois. Durante o período de espera, uma parte do grupo dispersou. Os demais foram levados de volta a Itajaí pelo ônibus da Asistência Social do município.
A prefeitura de Itajaí informou que desconhecia o fato, que o grupo de pessoas encontradas na BR-101 não havia passado pela abordagem social do município, e que, desde que soube do caso, pela manhã, busca esclarecer o que ocorreu.
“Operação Tadeu”
A secretária Christina Barrichello disse que os moradores de rua relataram ter ouvido dos policiais que estava em curso uma suposta “Operação Tadeu”. O comandante do 1º Batalhão da PM em Itajaí, coronel Ciro Adriano da Silva, reiterou à coluna que não havia nenhuma operação oficial em curso, e que a abordagem às pessoas em situação de rua não foi uma determinação institucional.
Ele informou, ainda, ter acionado a Corregedoria da Polícia Militar para que investigue os policiais envolvidos na operação ilegal. Questionado pela coluna, o comandante confirmou que a apuração deverá envolver todos os praças e oficiais que teriam conhecimento da operação clandestina, incluindo os responsáveis pelo plantão.
Por segurança, o comandante não quis informar qual o percentual de policiais plantonistas envolvidos no escândalo. Mas, dado o número de viaturas envolvidas na ocorrência – sete – é provável que quase todo o policiamento de Itajaí durante a madrugada tenha sido concentrado na operação clandestina.
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