Crime Organizado/política

Operação Carbono Oculto: A Conexão entre a Fake News de Nikolas Ferreira sobre o PIX e o Crime Organizado

Lembrando: Em janeiro de 2025, Nikolas Ferreira divulgou um vídeo viral nas redes sociais mentindo que o governo federal planejava tributar transações via PIX. A mentira foi rapidamente espalhada nas redes, fazendo o Receita Federal revogar naquele momento a Norma Interna tornando mais rígida a fiscalização nas operações de PIX das Fintechs, similar a dos Bancos tradicionais.

A norma Interna na verdade, visava aprimorar a fiscalização sobre fintechs e meios de pagamento para combater lavagem de dinheiro e fraudes financeiras, sem impor novos impostos.

Embora Nikolas Ferreira, deputado bolsonarista, ainda não seja diretamente investigado ou acusado de participação nos crimes desvendados pela Operação Carbono Oculto da Polícia Federal, é possível dizer que a campanha de desinformação sobre o PIX levou à revogação da Norma Interna em Janeiro. O que, segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, “ajudou o crime organizado” ao manter brechas regulatórias em fintechs usadas para ocultar recursos ilícitos.

A Operação Carbono Oculto identificou movimentações criminosas de mais de R$ 52 Bilhões, muito deste dinheiro lavado em remessas de PIX de Fintechs feitas pelo PCC.

A campanha de desinformação, amplificada por figuras como Ferreira, levou à revogação da medida, o que, segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, “ajudou o crime organizado” ao manter brechas regulatórias em fintechs usadas para ocultar recursos ilícitos.

Na Operação Carbono Oculto, investigações revelaram que o PCC controlava fintechs, como o BK Bank, para lavar dinheiro do tráfico de drogas, integrando-os ao setor financeiro formal na Avenida Faria Lima. Autoridades da Receita afirmaram que a onda de fake news, incluindo o vídeo de Nikolas, contribuiu para atrasar fiscalizações que poderiam ter detectado esses esquemas mais cedo, beneficiando indiretamente organizações criminosas como o PCC.

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Nikolas Ferreira, solicitando a abertura de inquérito por possível envolvimento na disseminação de desinformação que beneficiou o crime organizado. Correia argumenta que o vídeo viral de Ferreira sobre o PIX criou uma narrativa falsa que enfraqueceu ferramentas de combate à lavagem de dinheiro.

Outro deputado do PT, Reimont, enviou ofício à PGR pedindo a prisão de Ferreira, horas após a deflagração da operação, alegando que suas ações nas redes sociais teriam auxiliado o esquema do PCC.

Embora não haja evidências de que Nikolas Ferreira tenha ligações diretas com o PCC ou com as empresas envolvidas na operação – que incluem postos de combustíveis, fundos de investimento e fintechs –, sua disseminação de fake news é vista por autoridades como um fator que permitiu seguir com as vulnerabilidades no sistema financeiro exploradas pelo crime organizado.


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