| 07/08/2009 |
| Um balanço extraordinário Por: José Dirceu |
| O PT caminha nesse segundo semestre para realizar seu IV Congresso Nacional – além dos encontros nacionais que realiza a cada dois anos – elegendo ao mesmo tempo suas direções diretamente pelo voto dos filiados, num exemplo de processo democrático único no Brasil, e mesmo no mundo, em se tratando de um partido de esquerda e socialista. Para uma legenda que completará trinta anos em 2010, o balanço de sua existência é extraordinário. Não apenas pelo seu papel no combate à ditadura, na defesa dos direitos sociais e políticos dos trabalhadores e das classes populares, mas pela contribuição que deu – e dá, efetivamente – à gestão de governo e às políticas públicas no país. O PT transformou as batalhas populares nas periferias e as lutas sociais em políticas institucionais e em participação popular, o que resultou na formação de milhares de quadros oriundos das classes trabalhadoras que ocuparam espaço no Legislativo e no Executivo brasileiros, o que antes era reservado apenas às elites. Este é um acontecimento único na nossa história, só possível pelo crescimento econômico, a industrialização, o êxodo rural e a urbanização que o país passou durante as décadas de 60 e 70. Foi a participação dos trabalhadores nas batalhas sindicais, nas fábricas, nos escritórios, nas escolas, nas repartições públicas e nas batalhas populares nas periferias que deram origem não só às lutas contra a ditadura e por uma nova Constituição, mas ao próprio PT e à CUT. O nascimento e consolidação do PT deflagraram não só essa inédita participação popular – via orçamento participativo, por exemplo, uma prática de governos do PT – mas a elaboração e implantação de inúmeras políticas públicas nas áreas da saúde, educação, transporte, meio ambiente, controle social, e fiscalização, hoje aceitas institucionalmente e que são conquistas dos petistas e de suas ações nos poderes legislativo e executivo. A conquista da presidência da República, depois de governar com eficiência cidades e Estados e de exercer com grande repercussão mandatos legislativos em todos os níveis, quando o partido tinha apenas 22 anos de existência, ou seja, em plena juventude, coroou todo o caminho trilhado e as lutas travadas pelo PT. Ao mesmo tempo, esse novo status quo representou um novo desafio para o partido e para o próprio Lula, reeleito presidente do Brasil. Mesmo considerando os erros do PT e os seus limites, às vésperas deste IV Congresso, nosso balanço é positivo. O governo Lula, reeleito em 2006 e com grande aprovação popular hoje (o mesmo acontece com a legenda), cumpriu grande parte dos objetivos que levaram à criação do partido em 1980. Basta ler o manifesto e a plataforma, ou mesmo o Estatuto partidário, para concluir que apesar de tudo, fomos e somos parte decisiva na conquista da democracia e da redução da pobreza, na defesa da soberania nacional e na retomada do projeto de desenvolvimento nacional brasileiro.
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