O papel preponderante do Brasil no caso de Honduras fez com que Obama e o Império recolhessem as garras. Zelaya vai voltar ao poder. Reproduzo matéria do Blog Fatos Novos Novas Idéias Original no Link http://fatosnovosnovasideias.wordpress.com/4-coisas-da-politica/
O Golpe acabou!
Confirmado. O golpe acabou. O que está sendo discutido agora é a forma constitutucional de devolução do cargo a Zelaya, se pelo Congresso ou pela Suprema Corte.
O embaixador do Brasil na OEA, Ruy Casaes, informa que a aprovação do retorno pelo Congresso não será difícil porque a maioria deseja a realização de eleições em novembro, um compromisso assumido por Zelaya.
A anistia recíproca será discutida mais tarde porque os dois lados não querem admitir que agiram contra a lei.
Veja também bateria logo abaixo.
15-10-09
Micheletti, Zelaya, Obama, Lula e bananas
Como se situam, na crise hondurenha, o Departamento de Estado, o Itamaraty e os bolivarianos.
Os principais expoentes neoliberais da mídia brasileira do tipo Jabor, Mainardi e Noblat ainda pensam na América Latina como se fossemos uma enorme coleção de repúblicas bananeiras. No episódio hondurenho esta nata do jornalismo tupiniquim escancarou toda todo este seu jeito chinfrim de mentir e distorcer os fatos, apenas para tentar demonstrar que o Brasil “não está com esta bola toda”. Então, se o leitor concordar, passaremos por cima disto. Vamos tentar analisar o que realmente está sendo decidido em Tegucigalpa. Como já está se tornado um hábito, vamos fazer isto em tópicos:
1- Desde os tempos de Floriano, passando por Getúlio, a diplomacia brasileira não falava grosso como está falando agora em Honduras. Pela primeira vez em décadas o Itamaraty está jogando pesado. Mas não faz isto como num arroubo juvenil e sim de forma ponderada e com o método de quem, há anos, vem construindo uma política consistente destinada a atingir dois objetivos simples e agora notórios: a– alçar o Brasil como protagonista da cena mundial, b– consolidar o País como potência regional incontestada na America do Sul e ouvida em toda a América Latina.
2- O Itamaraty, uma de nossas instituições mais proficientes, não improvisa. E não está improvisando em Honduras. É segredo de Polichinelo que o Brasil possuía, antecipadamente, informações sobre os movimentos de Zelaya, antes de o presidente deposto bater às portas de nossa embaixada na capital hondurenha. E, quando resolveu agir, fez duas exigências: Zelaya não poderia extrapolar e Chávez teria que sair de cena. O hondurenho empolgou-se e deu suas derrapadas, mas o venezuelano comportou-se de forma exemplar. Parecia uma freia no claustro.
3- O Brasil não abona nem se deixa levar pela política bolivariana de Chávez. Mas a tolera, assim como, por exemplo, os EUA toleram – dentro de certos limites -, Israel, seu aliado preferencial no Oriente Médio. O Itamaraty enfim, adota como objetivo estratégico e permanente o fortalecimento do MERCOSUL, degrau e esteio da política, também estratégica de consolidação da união sul-americana, a UNASUL. Neste sentido, a Venezuela, por sua pujança e situação geográfica, compõe, junto com a Argentina e o Brasil, a coluna mestra da integração continental.
4- Os mais respeitados analistas internacionais e a própria mídia americana apontam o Brasil como importante contrapeso à influência dos EUA no Continente. O primeiro governante europeu a perceber isto e a agir em função disto foi Nicolas Sarkosy.
5- Como diz mestre Onça, meu velho professor de capoeira, quem amarra amarrado esta. Neste sentido, Obama está preso à sua promessa de mudança significativa na política externa americana. Em Honduras, bem que ele gostaria (e o Departamento de Estado agiu nesta direção) de que Micheletti permanecesse do poder até novembro, quando o “golpe preventivo” contra o bolivariano Zelaya fosse “legitimado”. Não deu cetro. E não deu certo porque o Brasil agiu de forma surpreendentemente impositiva. Enfim, Obama tem a força, mas não pode fazer nada. Ainda mais agora que foi eleito pelos deuses escandinavos como a mais nova pomba da paz.
Descubra mais sobre Luíz Müller Blog
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.