A burguesia distorce o papel da mulher na sociedade. O capitalismo coloca a mulher em situação de submissão. A mídia, instrumento de poder da burguesia ajuda a difundir esta imagem subalterna da mulher. A “mulher objeto” é usada e sua imagem abusada diariamente nos meios de comunicação. Estão sempre semi nuas, anunciando desde carros a bebidas e desodorantes que parecem ser afrodisíacos para os homens. No Brasil então, com a capacidade criativa dos brasileiros, comprada pela mídia, surgem então as “mulheres fruta” (Melão, melancia,etc…). A cultura machista, difundida pela mídia, é assimilada por causa de sua permanente reiteração. E por conta “do dinheiro que dá”, há aquelas mulheres que se disponham ao papel. No geral não tem a conciência do que representam. Simplesmente encaram como trabalho e assim ganham o seu dinheiro. São trabalhadoras que não tem conciência de classe. Aliás, nestes tempos de elaboração sobre a tal “nova classe média” no Brasil, onde mesmo se pode observar a tal conciência da classe trabalhadora, preconizada por quem se reivindica da tradição marxista leninista? Para além destas mulheres “objeto” que vendem bebidas, carros, comidas e desodorantes supostamente afrodisiacos, a mídia também inventa outras formas de idolatrar a “mulher objeto” que se submete neste caso por opção. São as “musas”, no geral beldades físicas sacadas de entre tantas outras que atuam nas mais diferentes áreas. Não importa se o trabalho na área foi proficuo ou não. O que vale é a beleza física da “musa”, que ganha então as páginas dos jornais e as telas de tv. São musas episódicas. Algumas duram um pouco mais, outras um pouco menos. Depende sempre de quanto rende aos interesses da classe dominante a imagem da musa em questão. A mulher do Cachoeira por exemplo, foi a musa da CPI só até “atropelar” as orientações da máfia. E se a mídia não as transforma em mulheres objeto ou musas de ocasião, as mostra como “coitadinhas” que não sabem se defender. Usualmente aliás, é o papel da mulher nas novelas. Ou são “coitadinhas” ou são encrenqueiras e fofoqueiras. A mídia as mostra destas formas, por que é desta forma que a “conciência de classe” da classe dominante as enxerga mesmo. O problema mesmo é quando mulheres que se reivindicam militantes da “classe trabalhadora’, ao perderem espaço por causa de regras do jogo eleitoral, que aceitaram jogar, se submetem a se transformar de “musa” em “coitadinha” por que as regras do jogo não lhe são favoráveis. Pena mesmo, por que se perde a oportunidade de travar o bom debate sobre a cidadania, já que as regras do jogo são neste caso para as eleições da cidade. A candidata, pelo suporte que tem da mídia, de musa que foi por bom tempo em outra esfera, no congresso nacional, tenta agora se fazer passar por vítima de regras que só o Congresso Nacional, do qual é participe, tem condições de alterar. As eleições são municipais. O que tem de concreto para a cidadania porto alegrense, que seja para além do que propõe os outros candidatos, todos da base do governo Dilma, tem a propior? Ao ser chamada a “espremer” seu programa de governo para ver o que saí de bom para os e as porto alegrenses, preferiu se vitimizar, dizendo estar ela sendo “espremida” por machistas de plantão, como se “mulher fruta” fosse. Não. É do programa da candidata e da construção de uma improvável governabilidade de uma candidatura que não tem um vereador sequer na cidade, e que dependeria do apoio de quem se opõe ao projeto que o partido da candidata defende a nível nacional, é que não sai nada mesmo.
Já do programa do Villaverde e do PT, não precisa nem espremer. As propostas saem ao natural. É o PT, da PresidentA Dilma, das Ministras gaúchas Tereza Campello e da Maria do Rosário e de outras 8 ministrAs mulheres. É o PT do Presidente Lula, que criou a Secretarias da Mulher, vinculada a presidência da república. E a Manuela diz que o PT é machista. Oh! Coitada!
Segue abaixo a carta compromisso assinada por Villa na noite de 8 de agosto:
Carta Compromisso com as Mulheres
“Construir uma cidade com a melhor qualidade de vida do Brasil exige homens e mulheres trabalhando juntos, como iguais”.
Nos últimos 8 anos, o Brasil viveu muitos avanços sociais. Nesse período, percebemos mudanças positivas na vida das mulheres através de programas do Governo Federal e, no último ano, do Governo Estadual. Sabemos a diferença que faz na vida das mulheres o acesso de seus fi lhos às escolas infantis e das implicações positivas decorrentes das políticas de enfrentamento à violência. Os mais de 14 milhões de postos de trabalho, criados ao longo dos governos do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, são representativos de um projeto desenvolvido no Brasil que também é capaz de oferecer integração soberana ao mundo do trabalho para as mulheres, criando condições para geração de emprego e renda com uma perspectiva de produção e inovação solidária.
Durante esses anos, Porto Alegre viveu na contramão do caminho trilhado pelo país. Deixou de ser lembrada como a cidade da participação popular, como a cidade com melhor qualidade de vida. Hoje, Porto Alegre é lembrada pela sujeira das ruas, pela falta de vagas nas creches e pré-escolas, pelos postos de saúde fechados nos horários em que as pessoas mais precisam, além de um visível retrocesso às práticas clientelistas, produto do enfraquecimento e da desorganização nos processos de participação e controle social.
Queremos construir um pacto com as mulheres de Porto Alegre: transformar a cidade na capital brasileira da qualidade de vida com base na igualdade e nos direitos humanos. Respeitando as resoluções das Conferências Nacional e Estadual de Políticas para as Mulheres, valorizando o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e as formas de organização das mulheres nas comunidades e promovendo a participação ativa das cidadãs. Vamos priorizar políticas e ações de governo que fazem a diferença na vida das mulheres.
Nesse sentido, criaremos uma estrutura de governo capaz de articular o cumprimento desses compromissos, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheresde Porto Alegre, responsável por implementar um Plano Municipal de Políticas para as Mulheres. A Secretaria de Políticas para as Mulheres terá que considerar a diversidade entre as mulheres e priorizar:
• Política educacional como instrumento de enfrentamento ao sexismo, ao racismo e à homofobia.
• Políticas de segurança cidadã que observem as necessidades das mulheres de circular livremente pela cidade.
• Rede de atendimento às mulheres em situação de violência, com especial atenção ao Centro de Referência Municipal de Atendimento às Mulheres.
• Atenção integral à saúde das mulheres e gradativamente estender o horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde até as 22 horas.
• Ampliação da rede de creches e escolas infantis,com o compromisso de até o final de 2015 universalizar o acesso as crianças entre 4 e 6 anos.
• Estímulo para que meninas adolescentes e jovens permaneçam na escola e planejem sua vida, chegando à idade adulta conscientes de seus direitos.
• Formação profi ssional, elevação da escolaridade e promoção do emprego e geração de renda.Propomos a integração do Pró-Jovem ao EJA como uma espécie de bolsa, que complemente a renda e amplie as condições de acesso ao mundo do trabalho.
• Prioridade para mulheres em programas de geração de renda, habitacionais e de segurança alimentar e nutricional.
• Implementação de lavanderias, cozinhas coletivas e outros serviços comunitários como políticas de desenvolvimento social.
• Campanhas educativas para o compartilhamento do trabalho doméstico e educação dos filhos.
• Inclusão das mulheres em estratégias de sustentabilidade ambiental.
• Políticas culturais e de inclusão digital que promovam as expressões artísticas e valorizem as mulheres como protagonistas na música, teatro,cinema, artes plásticas, literatura e outras formas de informação e conhecimento.
• Ampliação dos serviços e do atendimento no Centro de Referência às Mulheres Vítimas e em situação de Violência.
• Campanhas educativas para o compartilhamento do trabalho doméstico e educação dos filhos.
• Inclusão das mulheres em estratégias de sustentabilidade ambiental.
• Políticas culturais e de inclusão digital que promovam as expressões artísticas e valorizem as mulheres como protagonistas na música, teatro,cinema, artes plásticas, literatura e outras formas de informação e conhecimento.
• Ampliação dos serviços e do atendimento no Centro de Referência às Mulheres Vítimas e em situação de Violência.
Este é o nosso compromisso: a criação de políticas públicas para as mulheres. Vamos garantir a igualdade de direitos e oportunidades para todos. A igualdade cidadã como base da qualidade de vida em Porto Alegre.
Adão Villaverde
Frente Popular – Governo de Verdade”
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