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Florianópolis: O transporte coletivo é uma vergonha

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Além de ter que pegar vários ônibus para chegar a um destino, povo tem que esperar em longas filas nos terminais

Passei vários dias em Florianópolis de férias. Em Floripa mora também o meu filho e meu neto. Por conta disto, eu e a Jacque tivemos que nos deslocar de um bairro a outro. Como não temos carro, fomos tomar o ônibus. O trânsito de Florianópolis é um caos nesta época do ano. Há filas e engarrafamento de carros em todas as ruas e avenidas. Muito triste, pois  a distância entre uma praia e outra, e há muitas praias na ilha, poderiam facilmente ser percorridas em poucos minutos, de bicicleta, se o poder público desse condições para isto. Mas este é um outro tema, que tratarei em outro post. Desta feita, quero voltar aos ônibus de Floripa. Estávamos hospedados na praia da Armação, no Sul da Ilha. A praia da Daniela, onde o meu filho proporcionaria um churrasco na casa da sogra dele, fica a 23 km  da Armação. Da forma como o transporte coletivo esta constituído em Floripa, não há linha s de ônibus inter bairros . A única forma possível de se chegar a um lugar qualquer, de transporte coletivo, é passando pelo que chamam de “portais”. Assim, para fazer este trajeto de 23 km, que deveria ter alguma forma de transporte coletivo capaz de facilitar a vida das pessoas que o usam, tivemos que embarcar e desembarcar de 4 ônibus e levamos duas horas e meia para chegar ao destino. Um absurdo. Ouvi relatos de trabalhadores que moram na Armação, e que trabalham no Ribeirão da Ilha, cuja distância é de 12 km, terem que embarcar em 2 ônibus. Um que vai da Armação até um terminal chamado Terminal do Rio Tavares, próximo a praia do Campeche. Depois embarcam em outro ônibus que volta 6 km pela mesma estrada em que andou o 1º ônibus, para então entrar em uma estrada que fica a apenas 2 km da Armação e seguir a esta outra praia chamada Ribeirão da Ilha. Poder-se-ia dizer que a cidade esta planejada para os automóveis, como ocorre em muitas grandes cidades que desprezam o bem estar, para facilitar o trânsito de automóveis ao invés de promover o transporte coletivo e formas de transporte alternativo, como as bicicletas. Não é o caso de Florianópolis, onde também os carros passam mais tempo em filas de engarrafamento do que estacionados nas garagens de suas casas. Um absurdo. Um trasporte coletivo de qualidade poderia facilitar a vida do povo trabalhador, que passa os doze meses do ano na ilha, mas também poderia reduzir significativamente os congestionamentos na “alta temporada” de veraneio. E para os que pensam em se deslocar de bicicleta, há arremedos de ciclovia em alguns locais, tornando o trânsito perigoso para os ciclistas que tem que se deslocar por acostamentos cheios de mato de estradas estreitíssimas.  E com mar por todos os lados, é de se perguntar também, por que não há transporte coletivo marítimo entre o centro e as várias localidades, que salvo raras excessões interiores da ilha, estão na sua maioria localizadas justamente na ampla orla da ilha? A ilha tem praias lindas. Algumas com muita história pra contar e outras com comidas da melhor qualidade para apreciar. O povo é hospitaleiro. Tudo para ser frequentado por turistas dispostos a gastar nas várias possibilidades que a ilha oferece. Mas da forma como o transporte esta constituído hoje naquela ilha, fica reduzida e limitada esta possibilidade e portanto, fica também prejudicado o comércio, a geração de empregos e a própria arrecadação do Município e do Estado. Todos perdem. O povo de Florianópolis merece transporte público de mais qualidade do que o que lhe oferecem hoje os governantes.


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