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Rua não é sempre sinônimo de democracia

 Fernando Brito no Blog Tijolaço

selecoes A divertida ironia do Professor Hariovaldo de Almeida Prado, caricatura genial do anticomunismo doentio e reacionário, trouxe a reprodução imperdível desta separata da Seleções do Reader’s Digest, a qual se reproduz acima.

Para quem é novo – ou, na minha atual conjuntura, “menos velho” – esclareço: a Seleções era uma espécie de revista Veja sem pudor de se assumir norteamericana de corpo, não apenas de alma. Como a Veja, era lida por homens medíocres que se consideravam ilustrados e por senhoras que se imaginavam modernas. Igualmente repousavam, velhas e disponíveis, nos revisteiros de consultórios médicos e dentários ou outras salas de espera, porque as tautologias e mediocridades são duráveis…

É curiosa a leitura:   parece os comentários idiotas de Facebook metidos numa capsula do tempo e transformados naqueles velhos textos.

Inacreditável que isso possa ter sido real, não é?

Mas foi, e todos sabemos o que nos legou.

Aí está uma rua cheia, uma multidão e uma… minoria.

Porque tão minoria era que jamais ganhara uma eleição: a vez que chegou mais perto disso foi na “carona” de Jânio Quadros, com seu  discurso anticorrupção, que não era bem um cordeirinho manso do rebanho udenista.

Hoje não há o golpismo latente dos quartéis, como então?

Ainda bem, mas no Legislativo e no Judiciário não se tem tanta  veneração pelo voto popular, não é?

Os tempos eram outros, havia a Igreja Católica fundamentalista, com suas missas ainda em latim.

E não há, hoje, algumas evangélicas que se equiparam em obscurantismo?

Ah, mas não havia a pluralidade da comunicação que temos hoje.

Será? A televisão começava sua revolução, numa escala comparável à da internet hoje e na imprensa escrita ainda havia o contraponto da popularíssima Ultima Hora e de outros veículos.

Hoje, há um total monolitismo da mídia, impressa e eletrônica.

Tente, agora, imaginar a rua cheia assim numa manifestação pró-golpe…

Será que ainda é atual a frase que ali dizia  que “imensamente rico em recursos ainda inaproveitados, O Brasil era a chave para todo o continente”?

Venezuela, Argentina, o resto – Equador, Bolívia, Uruguai, pequeninos –  vem de cambulhada…

Por isso, é bom olhar de novo estas cenas do passado.

Para que a gente se lembre que a história não começa agora, nem conosco.

Os que acham que “descobriram” a liberdade, que  as aventuras são impunes  e que a rua é sempre progressista, a cena talvez ensine algo.

À minha geração ensinou, mas de uma forma tão cruel que jamais quero que ensine nem para o mais feroz black bloc.

Sobre o tema, lê também aqui no Blog

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2 pensamentos sobre “Rua não é sempre sinônimo de democracia

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