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QUANDO UM PAÍS, UM GOVERNO E UM POVO SE MOBILIZAM (Por Selvino Heck)

Barbosa

Nelson Barbosa, Ministro da Fazenda largou dos números e também foi a rua no combate ao Zika Virus

Quando um presidente de Banco Central de um país foi a uma casa de periferia, engajando-se pessoalmente numa causa social e de saúde pública, entrou nas casas das pessoas, como fez Alexandre Tombini na Brazlândia, em Brasília, capital federal?

Quando um ministro da Fazendo visitou casas do povo em algum momento da história, como fez Nelson Barbosa em Belo Horizonte, não falando apenas de números, inflação e crescimento econômico, mas das dores e do sofrimento da gente do povo, usando sua imagem pública, orientando-as sobre como proceder para evitar os riscos de doença?

Quando dezenas de ministros de Estado deslocaram-se por todos os centros do país num mesmo dia, sob chuva, sob sol escaldante, para falar sobre doenças reais das pessoas, especialmente das mais pobres, num mutirão coletivo e solidário?

Quando uma presidenta da República (ou um presidente) visitou casas de famílias, distribuindo panfletos sobre o ‘aedes aegypti’ e a zica, explicando os males que pode provocar uma picada de mosquito se não houver cuidados em casa com pneus, vasos e potes com água parada, ela comendo bolinhos e tomando café oferecidos pelas famílias visitadas, sem segurança especial a não ser a dada pelos próprios moradores?

Milhares de agentes públicos, do Exército, governo federal, governos estaduais e municipais, agentes comunitários de saúde, cidadãs e cidadãos somaram-se à iniciativa.

Isso tudo aconteceu dia 13 de fevereiro de 2016, um sábado, sob cobertura pífia da grande imprensa. Jornalões como O Globo, que está no Estado e cidade, Rio de Janeiro, visitados pela presidenta Dilma, Estado de São Paulo e Folha de São Paulo não deram uma linha nas manchetes de capa do dia seguinte sobre este mutirão de cidadania e cuidado com a Casa Comum (a exceção foi o Correio Braziliense, com chamada principal na capa – ESSA GUERRA É DE TODOS NÓS – e foto do presidente do Banco Central visitando Brazlândia).

Dias antes, a presidenta da República recebeu o presidente da CNBB, D. Sérgio da Rocha, o presidente, D. Flávio Irala, da Igreja Anglicana, e a Diretoria do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), para falar da emergência do momento, saber e comprometer-se com a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE/2016), cujo tema é Casa Comum, Nossa Responsabilidade, e foco no saneamento básico.

Há um déficit grave de saneamento básico no mundo e no Brasil. Diz o texto-base da CFE/2016: “Você sabia que: No mundo um bilhão de pessoas fazem suas necessidades a céu aberto? Mais de 4.000 crianças morrem por ano por falta de acesso à água potável e ao saneamento básico? Na América Latina, as pessoas têm mais acesso aos celulares do que aos banheiros? 120 milhões de latino-americanos não têm acesso aos banheiros? O Brasil está entre os 20 países do mundo nos quais as pessoas têm menos acesso aos banheiros?”

Quando fala das ações necessárias, diz o texto-base da CFE/2016: “As responsabilidades são coletivas, porém diferenciadas: o poder público tem a tarefa em realizar as obras de infraestrutura, implementar o Plano Municipal de Saneamento Básico, garantir a limpeza do espaço público e fazer a coleta seletiva do lixo. Nós temos a responsabilidade, enquanto cidadãos e cidadãs, de cuidarmos do espaço onde moramos, de não jogar lixo na rua, de zelar pelos bens e espaços coletivos. Essas atitudes poderão nos aproximar do sonho do profeta que é o de “ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24).”

Este mutirão de conscientização social unindo governo e sociedade contra o mosquito, a favor de políticas públicas e ações de saneamento básico, é mais que bem-vindo. Um projeto de desenvolvimento socialmente inclusivo, que cuida do bem-estar das pessoas, precisa do olhar e da atenção permanente dos governantes. Precisa que sintam a dor do povo, que se aproximem do seu dia a dia, saibam das suas angústias, mostrem-se humanos com sentimentos de solidariedade e compromissos concretos, como também, e mais uma vez, o Papa Francisco pediu aos bispos e pastores católicos em sua viagem ao México.

O Brasil, todos sabemos, tem muitos e grandes problemas. Alta concentração de renda, reformas seculares por fazer, mas também tem mostrado ao longo do tempo capacidade de construir políticas públicas com participação social. Seu povo conquistou direitos na luta e na organização.  Governos com sensibilidade social, ouvem e caminham no meio da população, estão aí para servir, não para serem servidos. Quem sabe, mutirões semelhantes se estendam para enfrentar a desigualdade social, fazer as reformas estruturantes, garantir soberania.

Esta é uma Pátria Educadora, como disse a Presidenta Dilma Dilma Rousseff no discurso de posse em janeiro de 2015: “A educação será a prioridade das prioridades.” E assumiu dois compromissos. O primeiro: qualificar a educação brasileira. O Segundo: “devemos buscar em todas as ações do governo um sentido formador, uma prática cidadã, um compromisso de ética e um sentimento republicano.”

O mutirão unindo governo e sociedade               em 13 de fevereiro, foi educador. A Presidenta Dilma concluiu o discurso de posse com estas palavras: “o povo quer democratizar, cada vez mais, a renda, o conhecimento e o poder. Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero.

Selvino Heck

Diretor do Departamento de Educação Popular e Mobilização Cidadã

Secretaria Nacional de Articulação Social

Secretaria de Governo da Presidência da República

Em dezenove de fevereiro de dois mil e dezesseis


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