
O “Agro é Pop” pra quem mesmo? O Dólar tá mais de R$ 5,00. Os bilionários pegam a comida que produzem e vendem pro exterior. Se tu vais pagar mais, pra eles não importa. Quem “importa” é o governo, que manda entrar arroz vagabundo, mais barato, aqui. E de quebra ainda deixa de cobrar imposto sobre o arroz que entra. Mas lá fora continua pagando imposto pro arroz que sai. Deu pra entender? O arroz, o feijão e a carne, que pra gente é comida e alimento, pra turma dos super ricos é só …dinheiro. E eles vendem pra quem paga mais. Simples assim. O problema é quando o Governo, que deveria estar preocupado, facilita esta bandalheira. Alguém tem alguma dúvida que isto vai dar em falta de comida, fome e miséria pro povo?
Aí o governo isenta imposto sobre o arroz por que venderam o nosso arroz lá fora. Mas se aplicasse os 17% que tá descontando do arroz importado, no nosso arroz, ele poderia ser vendido aqui. Ou não?
Segue artigo bem elucidativo do Nassif no GGN
A crise do arroz e a cegueira generalizada do ultraliberalismo
Agora, cria-se esse círculo de prejuízos. Numa ponta, permite-se a continuidade das exportações de arroz, sem estoques reguladores. Na outra, garante a compra de arroz menos competitivo que o brasileiro.

As altas do arroz têm uma explicação óbvia. Mas tão óbvia que é inacreditável a maneira como a mídia cobriu o episódio, aceitando acriticamente os argumentos do Secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e da Ministra da Agricultura Tereza Cristina. O mantra do livre mercado tornou-se uma praga que obscurece qualquer raciocínio.
Do lado de Sachsida a explicação simplista de que o governo colocou muito dinheiro nas mãos do pobre, que passou a comer mais. Do lado de Tereza Cristina, a explicação de que o produtor de arroz sofreu muito nos últimos anos e, agora, está tendo a oportunidade de se recuperar.
E os analistas se mostram solidários com os agricultores, enaltecem o livre mercado, dizendo que é assim mesmo. Não há o menor conhecimento sobre instrumentos clássicos de política de abastecimento.
O que ocorreu é simples.
- Com a pandemia, países que pensam em seus cidadãos seguraram as exportações, para garantir o abastecimento interno. Com isso, houve redução na oferta mundial, elevando os preços do arroz.
- Ao mesmo tempo, houve uma grande desvalorização do real, tornando os preços do arroz, em reais, muito mais atraentes, quando exportados.
- O resultado óbvio é a elevação do preço interno do produto, para se alinhar com os preços internacionais.
- Nesses momentos, o instrumento óbvio do governo são os estoques reguladores, mantidos pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Acontece que do impeachment para cá, o ultraliberalismo dos governos Temer e Bolsonaro levaram à redução drástica dos estoques. Confira.
- Ao mesmo tempo, permitiu-se a exportação indiscriminada de arroz. O resultado foi a redução da oferta e a explosão dos preços.
Há uma lógica política nisso tudo. Ruralistas fazem parte da base política desse ultraliberalismo. Estoques reguladores atrapalham os preços, especialmente quando explodem.
É evidente que uma política pública responsável deveria ter enfrentado os problemas dos plantadores de arroz na crise, adquirido a produção para montar estoques, impedindo prejuízos maiores. Mesmo porque a produção é essencial na mesa do brasileiro. Nada foi feito, e nada se cobrou. Porque, para o discurso atual do ultraliberalismo brasileiro, cada um por si e o país que exploda.
Agora, que ocorrem os problemas, deixa-se de lado qualquer solidariedade com o consumidor e passa-se a entender com complacência os movimentos de alta.
Finalmente, para completar o ciclo, o inacreditável Ministro da Justiça, André Mendonça, manda intimar supermercados a explicar a especulação. Não tem a menor noção sobre o mercado. Os supermercados são moderadores de preços, porque interessa o volume. E preços altos de compra, significam margens menores de venda e quantidades menores.
Agora, cria-se esse círculo de prejuízos. Numa ponta, permite-se a continuidade das exportações de arroz, sem estoques reguladores. Na outra, garante a compra de arroz menos competitivo que o brasileiro.
Leia também aqui no Blog sobre o tema Com aumento dos alimentos em 20%, “R$ 600,00 já é só R$ 480,00” diz Frei Sérgio Görgen
Os governantes governam de costas para o povo, e nos concordamos, até agradecemos o arroz de terceira categoria ,+ barato. É como se fossemos inferiores mesmo.
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