intervenção militar/Segurança

A “intervenção militar” de 2018 e a “mexicanização” do Rio de Janeiro

Em 2018 o Presidente Golpista Michel Temer decretou Intervenção Militar nas Forças de Segurança do Rio de Janeiro.

“Intervenção militar no Rio jogou ‘no lixo’ ideias de segurança acumuladas há décadas” vaticinava o diretor-executivo do Instituto Sou da Paz Ivan Marques.

Não deu outra. Afora a corrupção dentro da própria Estrutura da Intervenção Militar Chefiada por Braga Netto, que teve desvios bilionários e é Investigada pela Operação Perfídia, da PF, o Crime Organizado parece ter se fortalecido sobremaneira.

A notícia de que “a comissão da facção”, que fica dentro do presídio Bangu 3, realizou uma videoconferência para que os envolvidos na morte dos médicos fossem levados ao tribunal do tráfico é a demonstração cabal de que as Instituições no RJ estão tomadas pelo crime.

Uma polícia que mata crianças, que não diz quem mandou matar Marielle e nem quem mandou matar outras centenas de inocentes, incluindo crianças mortas com tiros saídos de fuzis policiais, já não serve pra proteger cidadãos. Já uma Justiça que com juízes que submetem ao crime para afrontar a Constituição, como Bretas e outros, também já não é mais confiável ao povo.

E aí a Rede Globo anuncia aos quatro

E parece que com Bolsonaro no poder, o modelo carioca se espalhou pelo Brasil. Com o bolsonarismo inculcado em estruturas das PCs e PMs estaduais, esta ficando notório em algumas situações, que os Governadores já não comandam estas forças, como ficou patente na recusa a repressão aos acampamentos golpistas e a atos golpistas que aconteceram durante meses em boa parte dos Estados sem reação das Forças Policiais, ou pior, em alguns casos apoiando o pior Crime, de afronta a própria Constituição.

Segundo a mídia, há uma relação umbilical entre a Polícia e o tráfico

Não sou especialista na área da Segurança, mas é evidente que é preciso conter e logo o avanço das forças criminosas no RJ, sob pena de termos no Brasil todo a Mexicanização” que já tomou o Rio de Janeiro?

Mas pra isto, é preciso que o Judiciário faça como esta fazendo lentamente no caso da Lava Jato, se desvincule dos crimes e dos criminosos e volte por completo para a seara da Constituição, para que “Tribunais do Crime” organizados por “Comissão” de Presos do Crime Organizado não faça os julgamentos e execute os criminosos desafetos que a “Lei e a Ordem” não são capazes.

E que os Governadores voltem a Comandar suas Polícias, para não serem reféns das mesmas comandadas pelo medo, pela incompetência ou pela conivência com o crime.

Mas ao que tudo indica, parte da mídia esta querendo jogar no colo do Governo Federal, o que não é da sua competência.

O bolsonarismo associado ao milicianismo, ao tráfico e até a setores das igrejas, não titubeará em aproveitar a insegurança geral para de novo golpear o Estado, defenestrar a democracia e impor sua narrativa criminosa, com o apoio de setores retrógrados da mídia e da elite tupiniquim.

Sobre a “Mexicanização”, segue artigo de Daniel Almeida de Macedo, doutor em História Social pela USP

Mexicanização do Brasil

Na esteira do crescimento avassalador da violência e da criminalidade, o Brasil vai se parecendo cada vez mais com o México. São várias as similaridades que hoje são identificadas no modo como o fenômeno criminoso se manifesta nos dois países. Decapitações, massacres em presídios, atuação de milícias, chacinas em bares e feminicídios. Essa sombria expressão do crime já é conhecida dos mexicanos há, pelo menos, uma década. O Brasil agora começa a experimentar de forma mais disseminada essa selvageria que parece estar muito associada ao crime organizado.

No México o crime organizado recebe o nome de “cartéis”, no Brasil a denominação utilizada é “facções criminosas”. Em ambos países o crime organizado se alastrou, elevando a um novo patamar a desordem e a violência. Nesse contexto o crime passa a ser realizado e reivindicado por novos atores, os faccionados, pequenas células autônomas que se declaram pertencentes a uma ou outra “facção”. Segundo a sua lógica perversa, pertencer à determinada facção representa uma condição especial que concede ao criminoso ou a sua quadrilha o direito de explorar a prática de delitos como extorsão, roubo e tráfico de drogas em determinado bairro ou região da cidade.

Como no México, em que o crime organizado foi aos poucos migrando da capital Cidade do México – que foi palco de várias operações militares para liquidar redes de tráfico – para o interior, o mesmo se observa no Brasil onde a cidade do Rio de Janeiro, antes epicentro do crime organizado, hoje é mais uma filial do crime ao lado de outros poderosos centros de consumo e distribuição de drogas, como Manaus, Fortaleza e São Paulo.

Para Bruno Paes Manso, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, o crime organizado no Brasil está em processo de nacionalização desde o início dos anos 2000, e hoje já se encontra em etapa de internacionalização, tal qual aconteceu no México anos atrás. O pesquisador explica que para se expandir, as facções tiveram que se aliar a outros grupos existentes, mas quando há resistência ou disputa de poder com esses grupos locais, ocorrem então as grandes irrupções de violência que custam a vida de dezenas de milhares de brasileiros. Os crimes estão ligados, em diferentes estágios, à disputa pelo controle territorial entre facções criminosas que nacionalizaram suas ações a partir do Sudeste, principalmente em direção aos estados do Norte e do Nordeste.

Infelizmente, os barbarismos cometidos pelo crime organizado estão em evidente crescimento e já atingem regiões até então pouco vulneráveis a sua ação, como é o caso da cidade de Cuiabá. Assim como ocorreu no México, no Brasil o crime organizado está se espalhando perigosamente. É importante entender como aconteceu esse alastramento por lá, para evitar que esse fenômeno se repita por aqui. No México já se sabe que vários fatores agravam muito a incidência do crime. Naquele país, a sociedade sofre com uma epidemia de sequestros, enquanto por aqui esta modalidade criminosa é menos frequente. Embora a corrupção seja intensa no Brasil, no México ela atinge camadas ainda mais amplas e profundas da polícia e da política. O México ainda luta contra o tráfico de pessoas escravizadas na tentativa de migrar para os EUA e também combate o recrutamento forçado de jovens para trabalhar nas fileiras dos cartéis de drogas. Isto é, a situação da segurança pública no Brasil é dramática mas pode se deteriorar ainda mais.

A experiência mexicana na luta contra o crime organizado reserva inegáveis lições para o Brasil, especialmente em relação a algumas iniciativas como a centralização do combate ao narcotráfico no governo federal e emprego das forças armadas. O debate é amplo e complexo, mas um ponto de partida razoável pode ser a constatação que não se deve subestimar o poder inusitado das facções na economia, na política e na cultura brasileira. É um erro crer que se trata apenas de problema de segurança. É muito mais intrincado, envolve políticas públicas de saúde e raízes culturais.

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