Nascido em acampamento campesino, Tiaraju perdeu a mãe em conflito agrário
Diante de dezenas de pessoas que foram ao Palácio Piratini dar as boas-vindas aos profissionais formados no Exterior, Tiaraju – que se formou médico em Cuba e retornou para atuar no Brasil – foi convidado pelo governador Tarso Genro a se juntar às autoridades. Apesar de, durante à tarde, ter ouvido extraoficialmente de que seria citado pelo chefe de Estado, só acreditou quando ouviu o chamado do governador, na hora da cerimônia.
– Esta ida dele para Cuba e o retorno ao Brasil refletem uma coisa muito positiva. Neste sentido, ele é um símbolo – afirmou Tarso a Zero Hora.
Em 2006, Tiaraju saiu do país para cursar Medicina. Seis anos depois, retornou ao Brasil. Em outubro de 2012 revalidou o diploma estrangeiro e, desde então, atua em Nova Santa Rita.
Para o personagem de uma história de luta que se iniciou na Fazenda Annoni – onde nasceu – e que culminou com a morte da mãe Roseli durante um conflito agrário no norte do Estado (Tiaraju ainda era criança, à época), o momento teve sabor especial.
– Quando cheguei a Cuba para estudar, fui bem recebido. No Brasil, só se forma médico quem tem recursos para isso. Este momento (tornar-se símbolo do Mais Médicos) é uma forma de retribuir o que fizeram por mim – disse Tiaraju, que, apesar de defender o programa, não se inscreveu, pois já trabalha em comunidades carentes em assentamentos de Nova Santa Rita.
– É um avanço histórico na sociedade. A medicina, como é praticada, trata a saúde das pessoas como mercadoria. Neste momento, estão visualizando a saúde como uma demanda social e não só de mercado – comentou.
Profissionais foram recebidos com rosas brancas no Piratini
Foi em clima emotivo que os participantes da solenidade receberam os profissionais com rosas brancas. O ato foi uma forma de repúdio ao que ocorreu no Ceará, na semana passada, quando os estrangeiros foram hostilizados.
Ao todo, 44 médicos formados no Exterior estão em aula durante três semanas sobre saúde pública brasileira e Língua Portuguesa em Porto Alegre. Eles devem começar a atuar em 28 municípios do Rio Grande do Sul a partir de 16 de setembro. Além deles, outros 57 brasileiros vão atuar em 26 municípios gaúchos.
Com informações de Zero Hora
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