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Pablo Villaça: “Não, o grupo não ‘atacou o partido’; atacou Chico num momento de lazer e no meio da rua”

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por Pablo Villaça, em sua página no Facebook

Em um momento de lazer, Chico Buarque de Hollanda foi cercado no meio da rua por um grupo de jovens ligados ao PSDB e insultado por “defender o PT”. Aparentemente, estes projetos de fascistas não compreendem que TODOS temos o direito de expressar nossas opiniões políticas, agradem estas ou não. Chico, que nem político é, foi agredido por se manifestar como cidadão – algo que os veículos da mídia manchetearam como (acreditem) “Chico bate boca defendendo o PT no meio da rua: cantor retrucou grupo que atacou o partido”.

Não, jornalixo brasileiro, o grupo não “atacou o partido”; atacou CHICO num momento de lazer e no meio da rua. E ele não “bateu boca pelo PT”; foi cercado e insultado por estranhos e defendeu sua posição ideológica.

O cara é um patrimônio cultural do país, um senhor de mais de 70 anos de idade, é cercado e insultado por um bando de moleques fascistas e a mídia trata isto não só com normalidade, mas ainda tentando atribuir a ELE a falta de civilidade da situação à qual foi submetido.

Os veículos de comunicação brasileiros estão esperando alguém morrer graças ao clima de ódio que ajudam a criar. Aí, então, começarão a publicar matérias sobre “tolerância” pra se isentarem de culpa. (Não à toa, um colunista demitido de Veja publicou foto malhando e dizendo que se preparava para a “única forma de dialogar com petista”, num estímulo irresponsável à violência e à agressão como forma de “debate”.)

A verdade é que esses caras têm alma fascista. Não suportam mais a distância do poder e usam “corrupção” como um chavão que disfarça seu propósito real: o não à inclusão social. Se a questão fosse mesmo “corrupção”, não abraçariam Cunha como aliado. Protestariam também contra a privataria tucana, o aecioporto e a roubalheira no metrô de São Paulo.

Mas não, o panelaço é seletivo: Alckmin pode fechar 100 escolas; Haddad não pode abrir a Paulista. São milhões de Cunha; já Chico é um “merda”.

Aplaudem Macri na Argentina, que indica ministro de Supremo por decreto, mas atacam o STF brasileiro por defender a Constituição numa interpretação que ganhou apoio de praticamente todos os juristas de relevo ao barrar os abusos do presidente da Câmara.

Acham absurdo o bolsa-família que ajuda o povo mais pobre a COMER, mas aplaudem que os ricos paguem impostos ridículos, significativamente menores do que o restante da população.

Querem uma desregulamentação completa do mercado e depois vêm colocar avatarzinho triste por Mariana.

Dizem que vivemos numa “ditadura petista” enquanto cercam um músico de 71 anos na rua para insultá-lo por se expressar como cidadão.

Saem pedindo impeachment no aniversário do AI-5 e se espantam quando são chamados de golpistas.

Acusam a esquerda de “burrice”, mas usam “pão com mortadela” e “chola mais” como argumento.

Abraçam a bandeira brasileira e colocam “PATRIOTA!!!” na bio, mas são os primeiros a diminuir o país num viralatismo constante diante do mundo, além de adorarem falar mal do Cinema brasileiro – que conhecem só de ouvir falar.

Amam quando um comediante chama negro de “macaco”, gays de “vitimistas” e mulheres de “vadias”, mas dizem que os homens brancos cis heterossexuais sofrem preconceito.

Dizem que a esquerda prega “luta de classes”, mas chamam esquerdistas de “pão com mortadela” e “esquerda caviar”.

Adoram se dizer éticos, mas acham natural que o líder do MBL peça doações em sua conta pessoal.

Acham certo a PM espancar manifestantes (mesmo adolescentes), que chamam de “vagabundos”, mas só conhecem a PM que tira selfie na Paulista.

Por isso tenho orgulho de ser de esquerda. De fazer críticas ao governo que se afastou dos movimentos sociais, mas de defendê-lo contra o golpe – pois, mesmo com todas as suas graves falhas, AINDA enxergo nele uma preocupação com os excluídos sociais que JAMAIS serão abraçados por esta oposição.

Uma oposição que prega que quem manda é o “deus mercado”. Não, me desculpem, mas prefiro bem mais quem enxerga no desenvolvimentismo a opção mais humana.

Para encerrar – e com a maquiagem borrada pelas lágrimas – digo: “LEAVE CHICO ALONE!”. 😉

E viva o debate saudável.

 

Reblogado do O CAFEZINHO


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3 pensamentos sobre “Pablo Villaça: “Não, o grupo não ‘atacou o partido’; atacou Chico num momento de lazer e no meio da rua”

  1. Nossa, fantástico, eu também apoio o governo, que faz coisas que acredito que poderiam ser de melhor qualidade, mas, tenta fazer o melhor e permitir que o cidadão menos favorecido seja realmente um cidadão e não apenas um número eleitoral.

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  2. Pingback: Pablo Villaça: “Não, o grupo não ‘atacou o partido’; atacou Chico num momento de lazer e no meio da rua” | Q RIDÃO...

  3. Se o tempo gasto em debates inócuos, em maquinações revanchistas, tentativas de inviabilização do governo, fosse gasto em discutir mudanças benéficas nos programas que o governo desenvolve, com evidentes falhas humanas, teriam feito um grande benefício ao país. Por outro lado teriam conquistado o respeito e admiração de muita gente.
    Esses episódios de agressão verbal a pessoas, pelo fato de ousarem emitir publicamente sua opinião política, parecem um retrocesso à séculos passados, quando ainda grassava no mundo a famigerada classe dos chamados nobres, que nada mais eram além de um bando de exploradores, vivendo nababescamente à custa dos humildes que produziam a riqueza, porém não tinham direito a mínima parcela que seria justa.
    Chico Buarque, embora seja um ícone da música, sucesso há décadas, provavelmente em situação financeira privilegiada, não esqueceu os mais humildes, os menos favorecidos. Parabéns a ele por suas posições firmes e corajosas.

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