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Paulo Pimenta: “Imprensa legitimou grupos fascistas como representantes das massas”

Em artigo, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aborda papel da mídia no atual cenário político do país: “A velha imprensa, que já se beneficiou da ditadura, passa a ser sistemática na desconstrução da abordagem do golpe como golpe”

Por Paulo Pimenta*

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É Golpe sim!

Há meses temos alertado que a operação Lava Jato se transformou em uma operação planejada para respaldar um golpe midiático-jurídico no Brasil. Com o apoio da grande mídia, se vendeu a ideia de um movimento contra a corrupção que seria extirpada por “honrosos senhores” que, por conta disso, conduziriam o país à superação da crise econômica.

Essa mesma imprensa legitimou grupos fascistas como representantes das massas em protestos financiados pelo grande capital. Vendeu-se à classe média a ideia de que o atual governo seria incapaz de seguir e avançar nas conquistas sociais.

Ainda, essa imprensa, que nada denuncia sobre o regime de exceção e terror que se impõe sobre o ex-presidente Lula e sua família, promove a figura do juiz que desrespeita a lei, reverenciando suas violações como necessárias. A operação do golpe fica nítida quando cai a máscara do juiz “justiceiro” e todo o país pode ver a face parcial da justiça que persegue um partido e se atrela aos setores mais conservadores que historicamente estiveram no poder.

Os mesmos fascistas e golpistas de 1964 estão no comando da operação que visa à retirada da presidenta eleita democraticamente. A mesma elite social e econômica está por trás desse novo golpe à democracia. Mas não se assumem golpistas: agarram-se a Eduardo Cunha, aceitam a idolatria a Bolsonaro e promovem juízes e procuradores políticos em busca de estrelato.

Mas os setores democráticos estão atentos e temos certeza: estamos diante de um golpe. A resistência ao golpe é imediata. Juristas, artistas, estudantes, reitores de universidades, trabalhadores em geral, movimentos de mulheres e outros levantam a bandeira da DEMOCRACIA e dizem “não vai ter golpe”.

À medida que cresce a reação daqueles que não abrem mão da dignidade da convivência democrática, a velha imprensa, que já se beneficiou da ditadura, passa a ser sistemática na desconstrução da abordagem do golpe como golpe. Todos os dias os telespectadores são informados que o impeachment é um recurso previsto na legislação brasileira. A mídia distorce os fatos e não explica que o rito de impeachment se aplica somente em caso de crime de responsabilidade do Presidente da República. Em nenhum momento se diz que a Presidenta Dilma não é investigada e não responde por denúncia de corrupção.

O impedimento de Presidente da República sem que se prove a ocorrência de crime de responsabilidade, conforme previsto na Constituição Federal, é Golpe. É Golpe contra a Presidenta, Golpe contra o Estado de Direito e Golpe contra a soberania popular, expressada nas urnas pela maioria do povo brasileiro.

* Paulo Pimenta é deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados


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Um pensamento sobre “Paulo Pimenta: “Imprensa legitimou grupos fascistas como representantes das massas”

  1. Não tenha dúvida. Se você me permite, compartilho uma parte da matéria que foi tirada do site O MUNDO – COMUNICAÇÃO INTERNACIONAL, pois, o enunciado tem a ver com o quadro político atual e com o seu artigo.

    “…As práticas e estratégias da propaganda nazista foram fundamentais para implantar na Alemanha tudo que o partido desejava, de uma forma mais emocional e eficiente. Para isso, o Ministério da Propaganda foi fundado, e teve como líder Joseph Goebbels. No primeiro momento, o partido ocupou os principais meios de comunicação, como o rádio, jornal, livros, arte e cinema, sendo ele responsável por filtrar informações, divulgar os ideais e aproximar-se da população. Através do slogan “HEIL, HITLER”, o nazismo ganhou força e atingiu a maioria dos alemães, ainda que por uma ideia de persuasão moldada na realidade artificial.

    A primeira campanha chamada Queima dos Livros (10 de Maio de 1933), foi o início de uma alienação que implantaria a radicalização antissemita e padronização através da raça dita pura – ariana. Todos os livros que fossem contra ou desviados dos padrões nazistas foram queimados, sendo uma forte estratégia para apagar o passado e moldar o futuro de acordo com as estruturas desejadas.

    O Antissemitismo espalhou o terror entre as pessoas de origem não alemã que viviam no país, e também dos alemães que não possuíam o sangue puro. A Noite dos Cristais (9 de Novembro de 1938) ficou conhecida como a noite da violência, onde o exército espalhou medo, calúnia e terror contra estas minorias. Escolher um inimigo foi estratégia para que o ódio não se disseminasse sem rumo entre a população alemã, não proporcionando assim espaço para a oposição.

    Por meio das propagandas, o nazismo divulgou através do imagético, questões como valorização das crianças alemãs em relação ao tempo dentro das escolas – 7h às 21h – com o intuito de demonstrar preocupações com o futuro da nação. Enfatizou a raça ariana como valorização do próprio povo e a reestruturação sem a ajuda de outras raças, causando a aceitação do antissemitismo por parte de uma maioria. Como ferramenta, as produções audiovisuais eram confeccionadas e influenciavam a grande massa.

    Ainda, a utilização de símbolos, como o da própria bandeira nazista, que repercutia a ideia de superioridade, única e eficiente, e um discurso do líder em tom de suprema autoridade, fez com que pontos como o genocídio continuassem acontecendo durante todo o período nazista sem que fossem percebidos.

    O partido nazista chegou à Alemanha para unir as ideias em comum de um povo perdido por diversos motivos, que enxergaram nele um potencial para uma reestrutura nacional, que transmitisse organização em excesso, competência e presença, ainda que por práticas comunicacionais bem estruturas…”

    Exagero? Não. É só você colocar os principais protagonistas da recente história do Brasil em um tabuleiro de xadrez.

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