Moro não aceitou duas delações de Léo Pinheiro.Só quando falou em Lula, mesmo sem provas, a delação é aceita. Tem que desenhar?)

Depois de três anos dissecando a vida do ex-presidente, a tropa de choque da Lava Jato, capitaneada pelo inquisidor Sérgio Moro, não obteve prova ou indício razoável de que Lula tenha cometido algum ato ilícito.

É bom lembrar que Lula, amigos e familiares tiveram seus sigilos, telefônico, fiscal e bancário quebrados, suas vidas devassadas e nada de concreto foi encontrado contra o candidato preferido para 2018.

Esse massacre jurídico-midiático, que já rendeu uma vítima fatal, não produziu nenhuma prova contra Lula nos autos da lava jato.

A última proeza dos boys de Curitiba foi o vazamento, antecipado, da delação do Leo Pinheiro. José Aldemário (Léo) Pinheiro, ex-sócio da OAS, já havia firmado acordo de delação premiada, mas sua delação não foi homologada uma vez que não incriminava Lula.

Como penitência por inocentar Lula, Leo Pinheiro foi condenado a 26 anos de reclusão, mas Moro, sempre generoso com os delatores, deu nova chance ao sócio da OAS, que dessa feita não decepcionou o Mussolini curitibano.

Leo Pinheiro disse o que Moro queria ouvir: que o modesto imóvel em Guarujá, que qualquer ex-presidente poderia comprar sem comprometer seu orçamento, era do Lula, que o havia recebido como propina. O delator alega que havia provas, mas as queimou por orientação do Lula.

Pra qualquer pessoa que não sofra de demência, está claro que se trata de um depoimento sem qualquer valor probatório, um réu condenado a quase 30 anos é capaz de qualquer coisa para reduzir essa absurda pena.

Embora a Lei da delação premiada (Lei 12.850/13) admita a delação depois da sentença, a maioria dos juristas questionam a validade da colaboração à justiça quando o réu já recebeu pena.

Delações extraídas de presos provisórios são contaminadas pela coerção. A privação da liberdade é um método eficaz de tortura.

Independente do momento processual e da forma como foi extraída, o fato é que a “colaboração premiada” não possui qualquer valor probatório se desacompanhada de outras provas e isso o Leo Pinheiro já assegurou que não possui quando disse que queimou as provas a pedido do Lula.

Do Esquerda em Debate