Por Breno Altman
Mais um general falou. Dessa vez o comandante militar do sul, o general Edson Leal Pujol:
“Se vocês estão insatisfeitos, vão para a rua se manifestar, mostrar, ordeiramente. Mas não é para incendiar o País, não é isso. São vocês, somos nós que temos de decidir qual o País que queremos.”
Alguns setores progressistas, novamente de forma iludida e desavisada, tomaram as palavras de Pujol como um contraponto ao general Mourão, que defendeu intervenção militar.
Não vamos cair nessa esparrela.
O general Pujol é um aliado de Bolsonaro, de quem foi colega na Academia Militar. Homem também da linha dura, ele trata de criar o clima necessário para que os planos de Mourão possam eventualmente ser efetivados: pressão de setores sociais, como em 1964, para que o Exército assuma o governo através de um golpe de Estado.
Tais opiniões devem ser duramente denunciadas, exigindo as devidas providências contra oficiais que atropelam a Constituição e se pronunciam sobre a vida política do país.
Há efetivamente o crescimento de uma corrente neofascista nas Forças Armadas, que deve ser isolada e enfrentada antes que a variável mais autoritária do golpismo ganhe protagonismo.
A impunidade do general Mourão foi a deixa para o general Pujol. Se essa onda não for detida pelas forças democráticas, a serpente do fascismo fardado sairá outra vez dos quartéis.
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Lembro dos idos de 1961 quando os generais Machado Lopes, Oromar Osório, Benjamin Galhardo e Peri Bevilacqua apoiaram a legalidade; lembro também de 1955 quando o General Lott depôs um governo golpista. Voltando mais no tempo, aprendi nos livros que tropas brasileiras enfrentaram o nazi-fascismo na Europa (eu tinha apenas dois anos). Hoje vemos a Amazônia em perigo, cortes no orçamento da defesa, quando precisamos mais do que nunca de Forças Armadas bem equipadas e bem treinaddas com poder de disuasão que desencoragem aventuras militares forâneas. O Almirante Othon Luís Pinheiro da Silva condenado (a quem servem certos membros do Judiciário?). O que estamos vendo é o governo ilegítmo entregar setores estratégicos da economia nacional, cortar verbas do en e da pesquisa, redução salários e serviços públicos para pagar o setor bancário financeiro parasitário (uma dívida que se auditada se revelará fraudulenta em mais de 70%). Os mais de 200 milhões de brasileiros podem impedir o desmanche do Estado.
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