Agricultura/Reforma Agrária/Rio Grande do Sul

Em tempos de Resistência, a lembrança do Massacre da Fazenda Santa Elmira no RS, lembrada por Frei Sérgio Görgen

Amanhã, 18 de Março, haverá a Abertura Oficial da Colheita do Arroz Agroecológico no RS. Da Luta por um pedaço de terra, o MST hoje mostra que a organização coletiva dos trabalhadores rende muito mais do que a posse da Terra. O MST hoje é o maior produtor de Arroz Agro Ecológico da América Latina e muitos dos que participaram daqueles duros anos de Luta e também seus filhos e netos, colhem os frutos da Luta pela Reforma Agrária, que ainda não veio de todo, mas propiciou conquistas.

Lá se vão 33 anos daquela que foi uma das muitas batalhas travadas pelos militantes do ainda jovem MST, em que mesmo derrotados naquela batalha, souberam tirar lições para as muitas outras batalhas que ainda viriam e virão. Na minha passada pelas diária pelas Redes Sociais, me emocionei ao ver esta lembrança publicada pelo Frei Sérgio Göergen, ferido naquela batalha, como narrou a imprensa a época.

Hoje é dia de recordar o Massacre da Fazenda Santa Elmira, no município de Salto Jacuí, ocorrido em 11 de março de 1989. O episódio foi um marco na vida do MST, se constituindo como o início de uma nova fase na luta pela Reforma Agrária no estado e no Brasil. (Clique para acessar o post do Frei Sérgio, que tbm reproduzo na íntegra a seguir

Completando 33 anos no dia 11 passado, recordo como se fosse hoje a descrição que fiz sobre o cenário provocado pelo então governo do estado e pela Brigada Militar: Uma praça de guerra: tiros, gente ferida, avião soltando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo. Desespero, gritos e choro por todos os cantos.

A brutalidade da Brigada Militar na ação de despejo, ordenada pelo juiz Hécio de Souza Costa, foi um dos fatos mais marcantes na minha vida. Não havia razão para tanta fúria. Dezessete pessoas foram hospitalizadas, algumas em estado grave. Vinte e três foram presas. Dezenas com ferimentos de todos os tipos. Nenhuma morte; algo quase milagroso com tanta violência e tanto tiro.

Até hoje todos os responsáveis pelo massacre continuam impunes. Contudo, este episódio lamentável demonstrou a coragem coletiva, organizada e a rebeldia camponesa altamente politizada, além de ter criado um fato de repercussão nacional e internacional. Todas as famílias que ocupavam o latifúndio foram assentadas e a luta pela Reforma Agrária se fortaleceu.

As fotos da época foram publicadas pela imprensa, já os desenhos que fazem parte do meu livro são obra da artista Irmã Elda Broilo, scalabriniana, que na época morava no acampamento do MST

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