Educação/Eleições 2022/Rio Grande do Sul

“Bugra não: Mulher Indígena!!!” afirma a Professora Helenir sobre sua descendência Guarani

Professora Helenir, a única mulher indígena de esquerda a concorrer ao cargo de deputada estadual no RS, é presidenta licenciada do CPERS e luta há quase 40 anos por educação pública de qualidade no estado. 

“Na cidades do interior, sempre me chamaram de “bugra”. Recentemente, no movimento de luta dos estudantes indígenas pela Casa do Estudante Indígena da UFRGS, o estudante Woya me contou que a palavra ‘bugra’ é originária dos ‘bugreiros’, que eram caçadores de mulheres indígenas, portanto violadores dos nossos corpos. Hoje, não me proclamo mais bugra e corrijo quem me chama assim. Digo, com tranquilidade, que sou descendente de Guarani com muito orgulho!” (Helenir Shürer, Presidenta do CPERS SINDICATO e candidata a Deputada Estadual pelo PT)

CANDIDATURAS INDÍGENAS: Professora Helenir é a única mulher indígena de esquerda candidata a deputada estadual no RS

Luz Dorneles

Por Luz Dorneles

Professora Helenir (PT), presidenta licenciada do CPERS e descendente de Guarani, é a única mulher indígena de esquerda que concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa nas eleições de 2022 no Rio Grande do Sul. Diante da crescente violência aos povos originários autorizada pelo atual presidente da república, a presença de indígenas e quilombolas comprometidos com a luta por justiça socioambiental torna-se imprescindível nos espaços de decisão.

“Na cidades do interior, sempre me chamaram de “bugra”. Recentemente, no movimento de luta dos estudantes indígenas pela Casa do Estudante Indígena da UFRGS, o estudante Woya me contou que a palavra ‘bugra’ é originária dos ‘bugreiros’, que eram caçadores de mulheres indígenas, portanto violadores dos nossos corpos. Hoje, não me proclamo mais bugra e corrijo quem me chama assim. Digo, com tranqulidade, que sou descendente de Guarani com muito orgulho!”, relata Professora Helenir Schürer, candidata a deputada estadual pelo PT com o número 13303.

De acordo com o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, dados de 2021”, organizado pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), foram registrados 27 conflitos relativos a direitos territoriais no Rio Grande do Sul. Entre os povos atingidos no Estado estão os Kaingang, Guarani Mbya e Xokleng. As violências incluem intimidações, ameaças, projetos de agronegócio com envenenamento do solo dentro das Terras Indígenas, loteamento da Terra Indígena, pressão política e ações judiciais pela desocupação de seus territórios.

Não há, hoje, na Assembleia Legislativa, sequer um representante dos povos originários. “Minha luta principal é por educação pública de qualidade, pela valorização dos nossos educadores e educadoras. Mas é impossível conhecer a história do nosso Estado e do nosso país e não se posicionar. Se eleita, meu mandato estará de portas abertas aos meus parentes indígenas, para que possamos lutar juntos pela construção de políticas públicas que protejam as famílias e seus territórios”, afirma Professora Helenir.

CANDIDATURAS INDÍGENAS NO BRASIL MAIS DO QUE DOBRAM DESDE 2014

Em todo Brasil, 181 pessoas autodeclaradas indígenas concorrem a uma vaga nos legislativos e executivo de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – um aumento de 113% desde 2014, quando o TSE passou a registrar dados como cor e raça dos candidatos. 

Em 2014, 85 candidatos autodeclararam-se indígenas no Brasil, o que corresponde a 0,32% do total. Em 2018, foram 133, o equivalente a 0,46% do total. E este ano, em 2022, os indígenas somaram 181 candidaturas, cerca de 0,63% do total.

No Rio Grande do Sul, somente duas candidaturas indígenas foram homologadas em 2014, três em 2018 e sete em 2022. É importante perceber que nem todas as candidaturas autodeclaradas indígenas são comprometidas com a defesa dos direitos humanos, meio ambiente ou titulação das terras indígenas, é o caso daqueles que integram partidos da base do atual presidente, como o Partido Liberal (PL) e o Partido Progressista (PP), que sempre votaram contra os trabalhadores, trabalhadoras e povos sistematicamente oprimidos.

QUEM DEFENDE OS POVOS ORIGINÁRIOS QUER LULA PRESIDENTE

Lula é o candidato dos povos indígenas. O candidato à presidência declarou, no Acampamento Terra Livre 2022, que irá criar um Ministério dos Povos Originários para que os povos indígenas organizem politicamente a proteção das florestas, famílias, sementes e tudo que engloba a diversidade cultural indígena em nosso país. Aclamado por diversas lideranças indígenas, Lula também afirma que é importante prestar atenção no que defende o deputado em que você vai votar. É preciso votar em quem ajudará Lula a governar o Brasil e defender os direitos do povo. Vote nos candidatos da Federação da Esperança, cujos partidos são PT (13), PCdoB (65), PV (43)

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