
“… rebeldia da africanidade em terras brasileiras que reúnem-se no ano de 1971 o Grupo Palmares em Porto Alegre e afirmam: – nosso dia é o 20/11, Dia da Consciência Negra.“
Do artigo de Antônio Matos, filiado do MNU- Movimento Negro Unificado de Porto Alegre, que Reproduzo na íntegra a seguir
A luta do povo negro após a assinatura da lei pela princesa Isabel, em 13/05/1888, “extinguindo a escravidão no Brasil”, foi mostrar o quanto os descendentes de africanos lutaram por liberdade desde os primeiros aportados, compulsoriamente, nas terras brasileiras.
Era o contraponto às notícias do governo imperial, em transição para república, que afirmavam ser a Princesa a “Redentora” do povo recém liberto.
Negavam a realidade histórica com as centenas de revoltas e fugas por liberdade que se constituíram em quilombos, sendo o mais representativo e longevo o de Palmares no nordeste do país, constituído em 1580 e findo em 20/11/1695 com o assassinato do seu maior líder, Zumbi de Palmares.
Hoje Zumbi fulgura entre os Heróis Nacionais, ao lado de outros como Sepé Tiarajú e João Cândido.
Após a assinatura da “Lei Áurea”, pela Princesa, o sistema escravagista e seguido do republicano, continuou propagando a “heroína dos negros” nos calendários oficiais marcando o dia 13/05 como o dia da redenção do povo negro.
Em 1978, militantes da negritude de todo país, entre eles remanescentes do Grupo Palmares reúnem-se na cidade de São Paulo, fundam o Movimento Negro Unificado/MNU, assumem posição contrária ao regime ditatorial vigente e manipulador da história do povo africano e reafirmam a proposição de 1971.
No próximo dia 20/11/2021, os movimentos sociais negros e apoiadores das liberdades e da democracia comemorarão nas ruas do país o “50 anos do 20”.
Em novembro de 2021