Vendido como “modernidade”, a eliminação da função de “cobrador” de ônibus é uma tragédia na vida de Cadeirantes e outras pessoas com deficiência e chegar atrasado para milhares de pessoas todos os dias, depois de enfrentar aglomerações nas paradas, como esta relatado no Jornal Diário Gaúcho.

O desabafo a seguir nem é de Pessoas com Deficiência. É de uma usuária que faz parte destes milhares de porto alegrenses que tem que enfrentar diariamente os interesses das empresas de ônibus, para chegar ao trabalho.

Se para ela e para os motoristas é isto todos os dias, imagina para as pessoas com deficiência.

“Pessoal, nesta sexta-feira eu vivenciei um situação no ônibus e lembrei de relatar aqui, já que temos um contingente bem considerável de rodoviárias (os). Pela manhã eu peguei o ônibus Camaquã, da Viva Sul, e um homem, acho que era uma pessoa que queria entrar no ônibus para pedir dinheiro. O ônibus não tem cobrador. E o motorista pediu por gentileza que esse homem não entrasse no ônibus, pois iria atrapalhar os passageiros que precisavam chegar no horário de seus empregos. E esse homem começou a implicar, e o motorista, muito educado, pedia para ele compreender, e que os passageiros iriam chegar atrasados nos seus serviços. E enfim, o motorista nos avisou que iria ter que fechar a porta e sair. O que eu quero trazer neste relato é que está fazendo falta a presença dos cobradores nos ônibus. Primeiro lugar é que o embarque demora, quando o motorista tem que dar o troco para o passageiro; segundo lugar, é quando ocorre situações deste tipo, em que se tivesse um cobrador, ele poderia ter resolvido; e em terceiro lugar, é que se há alguma discussão, briga ou alguém passando mal no fundo do ônibus, o motorista tem uma responsabilidade redobrada em administrar isso. Então é só um relato e reflexão sobre a falta da presença de cobradores nos ônibus. “

O que esta dito acima pela cidadã Carla Moraes, usuária de ônibus, com certeza é sentimento de milhares de pessoas que dependem do ônibus para se locomover e ir ao trabalho todos os dias. É isto que mostra publicação do Diário Gaúcho.

“Não são necessários cálculos matemáticos muito aprofundados para perceber a diminuição na oferta de linhas de ônibus em Porto Alegre. Atualmente, 260 linhas operam, enquanto em 2020 eram 371. Houve redução de 111 linhas na comparação com o patamar de antes da pandemia. Os efeitos se refletem na vida do usuário. Todas as pessoas ouvidas em terminais pela reportagem de GZH relataram demora, atrasos e tempo de espera de até 45 minutos pelo transporte coletivo.“

Da publicação desta matéria pra cá, a única mudança foi a demissão e eliminação de mais cobradores. A passagem não baixou, os ônibus continuam atrasando e muitas vezes o usuário desinformado ainda bota a culpa no motorista.

E a RBS, monopólio da comunicação em Porto Alegre e no RS, não diz nada a respeito, por que na verdade apoiou e apoia a tal modernização que coloca mais dinheiro na mão dos empresários e deixa aos trabalhadores a responsabilidade de se virarem sozinhos.

Este Blog esta aberto aos usuários e trabalhadores do Sistema de Transporte Público e da CARRIS Pública, que queiram também dar seu depoimento sobre este que Já foi considerado o melhor Sistema de Transporte Público do Brasil, e hoje esta o lixo que esta, dificultando cada vez mais a vida dos usuários que precisam do ônibus no dia a dia.