Da Rede Brasil Atual
FORA, TEMER. Maria Josepha e Aldenice, no Grito dos Excluídos: ‘Se a situação está difícil, imagine sem direitos’
São Paulo – Aos 81 anos, Maria Josepha Fortunato Pereira é ativa e ativista o tempo todo. Moradora de São Mateus, na zona leste da capital paulista, coordena trabalhos numa comunidade católica, integra a ala das baianas de uma escola de samba do bairro e leva ao pé da letra ensinamentos de dom Paulo Evaristo Arns – de que a esperança tem de estar viva enquanto houver vida–, e de sua mãe, que dizia sempre a ela “você não pode parar”. “Cristão consciente tem de lutar por justiça e liberdade”, resume. Ela levou sua disposição, na manhã de hoje (7) ao ato das pastorais sociais do Grito dos Excluídos, na praça da Sé e seguiu em caminhada até a igreja da Paz, no Glicério, no centro da cidade, onde o ato foi encerrado. Entre os principais trabalhos da igreja está o acolhimento aos imigrantes e refugiados.
Ela enumera razões para comparecer ao ato e chama à participação social nas mobilizações democráticas. “Desde que Aécio perdeu a eleição pra Dilma, ele trabalha pra implantar o ódio; eles querem apagar a história do povo que lutou duro pras conquistas que querem tirar. E o grito é bom pra mostrar que a ideia não morreu, mas que tem de florescer porque a esperança tem de estar viva”.
Para Maria Josepha, a exclusão social – tema principal do ato na Sé – tem tudo a ver com a manifestação contrária ao presidente Michel Temer. “O discurso dele não é de sinceridade, mas mostra o caminho do aumento da exclusão. Ele não quer o jovem na faculdade, não quer o jovem se manifestando, falando, debatendo.”
A aposentada fala com orgulho da sua mãe, que ensinou a importância da participação social. “Ela estaria aqui se estivesse viva. Aprendi a participar com ela.”
Assim como Maria Josepha, Aldenice Santis Oliveira, 78 anos, também se sente representada no Grito dos Excluídos. “O grito é contra as injustiças sociais e pelos direitos. Se a situação está difícil, imagine sem direitos.”
Como mulher e trabalhadora que foi, a aposentada entende que o golpe parlamentar que destituiu a presidenta reeleita Dilma Rousseff veio sendo construído nos últimos anos. “É um golpe pelo ódio ao PT, contra direitos trabalhistas e também um golpe de gênero, machista, contra a mulher.”
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