Bücherverbrennung é o “palavrão” em alemão para designar os vários festivais de queima de livros durante o período nazista.
Ainda não chegamos lá, mas a escalada é apavorante.
Um general da turma de Jair Bolsonaro quer eliminar – sim, é este o verbo que usou – livros “que não tragam a verdade sobre 64”. É, por ironia, o responsável pelas políticas de educação, ciência e tecnologia.
Depois, um colégio da Zona Sul carioca tirou das leituras dos seus alunos o livro “Meninos Sem Pátria”, sobre a vida de crianças que tiveram de sair do país com os pais exilados pelo regime militar.
A seguir, dois energúmenos arrancam uma placa de homenagem à memória da assassinada Marielle Franco e o próprio filho do candidato justifica o vandalismo dizendo que restauraram apenas o “Marechal Floriano” que dá nome à praça.
Agora, são livros sobre o tema “Direitos Humanos” que são rasgados na Universidade de Brasília.
É o caso de perguntar aos militares onde anda aquela frase que se usava nas propagandas da Biblioteca Central do Exército: “um país se faz com homens e livros”.
Serão só os que sobrarem de ir para a fogueira, do Bücherverbrennung?
E quando forem seres humanos que forem queimados em praça pública?