“Dois terços dos eleitores até 24 anos reprovam o projeto antinacional de Bolsonaro. É o segmento mais crítico ao governo. Virá deles a energia para construir o Brasil a partir dos escombros do bolsonarismo.” Fernando Haddad

Da FOLHA:
Por Fernando Haddad
“Universidade Federal do Rio de Janeiro! É do Rio de Janeiro ou é federal? Ou assume a atribuição ou devolve tudo, e normalmente se empurra a conta para a União. A União são nossos filhos e netos. A União não é um ser abstrato.”
Suprimi algumas palavras da delirante reflexão de Paulo Guedes para torná-la menos desconexa. Na visão do ministro, o Rio de Janeiro é um ser mais abstrato do que a União. Investir a receita de impostos na educação de nossos filhos e netos é empurrar-lhes a conta. Guedes, no fundo, quer apenas se livrar das universidades federais.
O historiador Eric Hobsbawn destacou o quanto os projetos nacionais europeus foram tributários do progresso educacional de pessoas oriundas das classes menos favorecidas, que passaram a ocupar posições até então reservadas a uma pequena elite. “O progresso das escolas e universidades dava a dimensão do nacionalismo”, resumiu.
Inspirado nessa premissa, Benedict Anderson descreveu a última onda desse processo nas ex-colônias da Ásia que culminaram com a formação de Estados nacionais. De comum, o papel da educação da juventude. Suwardi, por exemplo, contava 24 anos quando publicou seu famoso artigo contra o domínio holandês sobre a Indonésia, em julho de 1913.
(…)
Pingback: Dois terços dos eleitores até 24 anos reprovam o projeto antinacional de Bolsonaro | FAX SINDICAL