
Dezenas de milhares de agricultores estão acampados nesta terça-feira (26) ao redor da capital Nova Délhi para exigir a retirada da reforma agrária adotada pelo Parlamento indiano há seis meses. As três leis impõem uma maior liberalização do setor agrícola, para grande temor dos camponeses de todo o país.PUBLICIDADE
Sébastien Farcis, correspondente da RFI em Nova Délhi
Os confrontos começaram nesta terça-feira (26) no centro de Nova Délhi, e pelo menos uma pessoa morreu nos protestos dos agricultores, que cercam a capital com seus tratores multicoloridos. A maré humana entrou em Nova Délhi pelo leste da cidade.
Os agricultores vêm de todo o norte da Índia para forçar o governo a suspender sua reforma agrária, considerada por eles como benéfica apenas para os grandes empresários e fazendeiros.
Arjun Tomar é agricultor de cana-de-açúcar de Uttar Pradesh e reclama contra a reforma: “Estas leis permitem que empresas privadas firmem contratos com agricultores. Por sete anos, portanto, a empresa decidirá o que plantar. Nós não queremos isso!”
Armazenamento ilimitado de grãos
Essa reforma também autoriza as empresas a estocarem grãos sem limites, denuncia o agricultor Tirpal Singh, em cima de seu trator: “Eles vão comprar o trigo quando os preços estão baixos e vão revendê-lo a um preço mais alto. Eles terão lucro e nós continuaremos pobres. Em seis anos, minha renda já caiu pela metade. “
Após dois meses acampando em Nova Délhi, a determinação desses agricultores não diminuiu. O desespero transformou o movimento e a violência explodiu quando milhares de manifestantes furaram as barreiras policiais para entrar no coração da capital.