Ditadura/intervenção militar

A foto e a premonição da criança: “Pior é que se voltarem, vão fazer tudo de novo”

Foto criançasA frase é de um dos meninos da foto que o Globo publicou em 1994. E o Comandante desta Operação disse: “não somos um batalhão de assistentes sociais”, justificando a barbaridade.
A premonição do menino na época se concretizou nesta semana de forma assustadora. Depois de passar o tempo incutindo o medo, a Rede Globo consegue repetir o feito e coloca de novo a milicada na rua, e desta vez não sob o comando de um General em uma “operação”, mas sob o comando do corrupto mor da nação. E o povo novamente preso a campanha nazi fascista de medo, em boa parte apóia a medida. Tudo acontece como já aconteceu: em 1964, 30 anos antes do menino proferir a frase premonitória, os milicos também foram as ruas e tinham o apoio de parcela significativa da população amedrontada pelo discurso da corrupção que corroía a nação. O discurso da corrupção chegou ao seu limite, mas a disposição da Elite em subjugar o povo pela propaganda, pelo medo e pelo ódio, continua.  A esquerda precisa urgentemente ir ao povo e mostrar que este filme já passou várias vezes e o final ´sempre o mesmo: o povo se ferrando e a elite retrógrada comemorando, seja com generais de quepe, seja com os seus juízes de toga.
O artigo acima é uma outra leitura da que a folha deu para a mesma foto de 1994. A Folha não disse que a foto era falsa, mas tentou provar a sua falsidade. Notem a manchete dizendo que a foto é falsa e no conteúdo da matéria, a foto é no entanto verdadeira, mas foi tirada em 1994. A Comunicação é estratégica. É por ela que a Classe dominante impõe sua cultura e para tanto tenta desmoralizar os saberes e culturas populares e regionais, mentindo e distorcendo. É urgente que a Esquerda compreenda o papel estratégico da comunicação e construa com o apoio da militância e com as tecnologias disponíveis a resistência. Gerar Informação e Contra Informação, com conteúdo, sem mentiras, fará com que os propagandistas do medo, do ódio e da violência sejam derrotados. É só ver com aconteceu com o Nazismo. Mas levou muito tempo e milhões de vidas. E também na Ditadura Militar aqui no Brasil, que foi “derrubada” pelo trabalho de comunicação de organizações e militantes defensoras da democracia e da soberania nacional. Aqueles eram os duros tempos da “opinião pública única” expedida por rádios, televisão e jornais. Agora há outros instrumentos a disposição. Temos que usá-los, mas também ter os conteúdos e argumentos necessários para Informar, contra informar e formar.

FALSO: foto que mostra militares revistando crianças tem 22 anos

por LEANDRO RESENDE

Nesta segunda-feira (21), dia em que o Rio de Janeiro bateu recorde ao registrar 26,9 mil alunos sem aula por conta da insegurança, uma foto ganhou força na internet. A imagem mostra militares armados revistando crianças pequenas que vestem uniforme escolar. Hoje, sete mil agentes de segurança fizeram uma megaoperação em sete favelas da Zona Norte do Rio, como parte da Operação de Garantia de Lei e Ordem em vigor no estado.

Foto das crianças print

Junto à imagem, há uma legenda que critica “o teatro grotesco” e diversos comentários que associam o registro à atual presença das Forças Armadas no Rio de Janeiro. Em apenas um perfil de Facebook, por volta das 19h, a foto já tinha centenas de compartilhamentos.

Recortes-Posts_FALSOA foto, no entanto, é de 1994. De autoria da fotógrafa Márcia Foletto, foi capa do jornal O Globo em 23 de novembro daquele ano. As crianças foram fotografadas em uma das entradas da favela Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul do Rio, e chegaram a dar entrevistas ao jornal.
Capa do Globod e 23 de novembro de 1994

A legenda original da foto dizia o seguinte: “Soldados revistam escolares num dos acessos ao Dona Marta para descobrir se alguns deles estão sendo enganados e usados para transportar drogas”. Na ocasião, o comandante da operação, general Câmara Senna, afirmou que era impossível evitar um ou outro excesso. “Não somos um batalhão de assistentes sociais”, disse.

No dia seguinte à publicação da foto de Márcia, O Globo fez uma reportagem com alguns dos meninos identificados na imagem. Iuri Edmar de Souza da Silva, então com 9 anos e aluno da 1ª série do Ensino Fundamental, disse que estava ajudando a avó a vender cachorros-quentes e que já havia sido revistado por militares. “Não acho certo. Nem me disseram porque estavam mexendo nas minhas coisas. Pior é que, se voltarem, vão fazer tudo de novo”.

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