Este humilde blogueiro tem memória. ANONYMOUS, ANTIFA e outros que tais estavam na origem daquele fatídico junto de 2013. Vários artigos publiquei aqui no Blog sobre o tema. Mas chega Junho de 2020, 7 anos depois, e eis que os movimentos se repetem. Começam pequenininhos, de preto e vão crescendo até ganhar a simpatia de parcela da juventude e até da velha guarda da esquerda e dos petistas. E aí, fazendo um monitoramento bem amador das redes, eis que nesta segunda-feira me deparo com a postagem da qual faço o Print e disponibilizo o link pra quem quiser ler:

Neste domingo as mobilizações aconteceram no Brasil inteiro. Bandeiras de partidos, uma que outra, lá atrás, por que na frente “não podia”, afinal, a organização do ato “é do movimento”, que como em 2013, é “supra partidário”. Não sei por que Bolsonaro e Mourão mandaram a turma deles ficar em casa no domingo, mas mandaram.
Já o PT largou uma nota ambígua, tipo “vai quem quer e se cuida da COVID e das provocações”.
Antes, durante semana, o Anonymous já tinha feito seu show para as redes, que foi é claro amplamente compartilhado pela militância de esquerda, que continua operando de forma voluntarista nas redes, ou pior, em pequenos grupos constituídos justamente com o objetivo de fazer circular as ações “revolucionárias” e/ou “antifascistas” destes hackers que só querem o bem da humanidade. Mas curiosamente querem também o que querem setores do capital financeiro internacional: o enfraquecimento, quando não a liquidação das nações. Ou alguém não lembra das consequências da “revolução árabe” ou “primavera árabe”? Alguém ainda tá acreditando que foram “revoluções populares”?
No Brasil a coisa foi um pouco mais complicada. Quiseram fazer a “revolução colorida” aqui em 2013. Não deu certo. Coisas da cultura e…da Dilma, que no dia que incendiaram o Itamaraty, fez uma declaração contundente que brecou a intentona momentaneamente.
Mas não deixaram de seguir a cartilha e resolveram apostar no desgaste da Dilma e então ganhar as eleições de 2014, sem golpe explicito. Mas tinha ainda uma memória muito forte dos Programas Sociais. E a turma das camadas mais pobres não aceitou por inteiro o que prometia o almofadinha mineiro.
Tenho que contar o que sucedeu em 2015 e 16?
E preciso reavivar a memória sobre como a Globo fazia em 2013, cobrindo os eventos ao vivo, dando voz aquela juventude que se levantava por liberdade contra a Governante “arrogante” segundo ela, de então?
No domingo, durante o dia aquelas manifestações, menores é verdade, que em 2013, afinal, tempos a pandemia…Mas a cobertura reverencial (com V mesmo) da Globo aconteceu no Fantástico e se repete nesta Segunda-Feira.
E tem direito a ainda a 6 minutos do fantástico explicando o que é o fascismo e de onde surgiram os movimentos anti fascistas.
Em 2013 a Globo dedicou programas pra explicar as táticas e estratégias do Black Bloc revirando contêineres de lixo. Depois passou a mostrar a repressão a eles, mas quem apanhava mesmo era o povo.
Tá tudo tão igual. Mas muitos companheiros do PT me dizem que “agora é diferente”. O que é diferente? O fato de Bolsonaro ser o Presidente.
Mas o que há do outro lado? Qual é a narrativa que tem do outro lado, que pode mudar o rumo da história?
Ouvi já…Não. Agora temos que derrubar o Bolsonaro e o fascismo. Depois a gente vê o restante. Lá em 2015, o discurso era “primeiro tiramos a Dilma, depois derrubamos os outros”.
Outra: Não. Esta matéria é da CNN e a CNN é ligada ao Trump. Só pode ser matéria plantada. Mas a violência já ta sinalizada.
Aí aparece a “Frente Democrática” que vai nos livrar do perigo da violência fascista e da violência da esquerda, que afinal de contas são mostradas a toda hora como dois lados da mesma moeda: E a Globo chama…FHC, Marina e Ciro . E não chama nem Lula nem Haddad, que representam claramente um referencial da Classe Trabalhadora, o PT.
Mas vi petistas elogiando…segundo estes, é um começo…sem marca da Classe Trabalhadora e sem nenhum compromisso de revogar as maldades colocadas na Constituição desde o golpe de 2016. Por que esta turma apoiou o golpe de 2016. E o efeito colateral deste golpe que eles deram, foi Bolsonaro, que eles não queriam. Aí eles querem que a Esquerda coloque o povo na Rua pra servir de argumento para a Frente que eles estão criando e onde o PT, Lula e a Classe Trabalhadora não vão ter vez.
E quando as manifestações estiverem bem grandes, eles mandam a turma bater na militância nas ruas. O problema é que o efeito colateral pode piorar. Por que ideologicamente PMs Estaduais, Milícias, bombeiros e parcelas do Narcotráfico tem lado.
Só tem uma forma de resolver: Uma Frente Ampla que proponha a realização de um Plebiscito Popular para revogar todas as maldades incluídas na Constituição desde 2016, restabelecendo a Soberania Nacional, e principalmente o direito do nosso povo a trabalho, moradia, terra, educação e saúde de qualidade. Mas quem sou eu, senão um humilde blogueiro que ta vendo muita coisa parecida ou igual a 2013?
Sigamos então. E não venham me acusar de que eu não defendo a Luta contra o fascismo. Eu defendo. Mas do jeito que estamos indo, seguindo narrativas alienígenas, muito provavelmente teremos mais um daqueles “sinais invertidos”. O povo vai as ruas “contra o fascismo” atrás de “movimentos” que seriam espontâneos e pode ganhar justamente o fascismo mais escrachado. Lembra daqueles fatídicos atos chamados #EleNão ?
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