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Direita bolsonarista usa fake news contra… PL 2630 das fakenews. E leva vantagem nas redes sociais, mostra estudo

Levantamento é de Letícia Capone, professora substituta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisadora do grupo de estudos sobre comunicação, internet e política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

A Comunicação não é só Jornalismo, Propaganda e Marketing. É arma de Guerra. E as narrativas são a munição. E se há uma Guerra, há tropas e exércitos. E tropas e exércitos requerem Estratégia e Táticas para enfrentar a guerra.

Não se vence uma guerra só com propaganda e marketing. É preciso munição, no caso narrativas, para atacar o inimigo e não só se defender usando uma muitas vezes ineficaz campanha de publicidade. Qual é mesmo o resultado concreto da Campanha contra fakenews do Governo que esta em todas as mídias há 1 mês já?

Por que o Bolsofascismo conseguiu emplacar Fake News até para combater o PL 2630, hoje poiado corretamente pelo Governo, que serve para combater as fake news.

E como acontece numa guerra, embora o exército da esquerda seja grande e formado por milhões de militantes voluntários de carne e osso, sem uma estratégia clara oferecida por uma equipe de “generais”, os soldados acabam atirando pra todo lado, e pior, muitas vezes usando a munição …do inimigo.

O extrato do artigo de Sylvio Costa com dados de Estudo da Professora Letícia Capone(UFRJ mostra do que falo:

Incrível é que a publicação mais compartilhada pelo campo democrático, ainda que para contestá-la, foi exatamente o post de Deltan no Twitter. Nesse campo político, não há mensagem-chave unificada. Veículos de imprensa favoráveis ao projeto tendem a enfatizar aspectos como a remuneração para produtores de jornalismo ou a discussão sobre o órgão regulador

“não há uma mensagem chave unificada” no caso, significa ausência de uma narrativa que municie e coesione as tropas e o exército. Tenho dito isto isto aqui neste blog de forma empírica, mas se é Estudos que faltam, este da Professora Letícia Capone é mais um de muitos.

Reproduzo a seguir na íntegra o Artigo do Sylvio Costa que relata os dados do Estudo da Professora Letícia, originalmente publicado no Blog dele.

Oposição usa fake news contra PL 2630. E leva vantagem nas redes sociais

Na Câmara dos Deputados, você sabe, esquentou muito na semana passada o debate sobre o Projeto de Lei (PL) 2630/2020, mais conhecido como PL das Fake News. Na terça (25), foi aprovada a urgência para a votação da proposta, que está marcada para amanhã (2).

Mas a discussão ganhou ainda mais força nas redes sociais. Os números levantados pelo grupo Democracia em Xeque, formado por estudiosos de política e comunicação vinculados a diferentes instituições de ensino e pesquisa, ajudam a compreender como foi isso. O levantamento é de Letícia Capone, professora substituta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisadora do grupo de estudos sobre comunicação, internet e política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Ela monitorou uma série de perfis relevantes de atores políticos e de veículos de informação no YouTube, no Instagram e no Facebook e verificou que em 22 e 23 de abril tais contas não fizeram nenhuma menção ao PL 2630/2020. No dia 24, foram 6.652 visualizações de vídeos e posts relacionados com o assunto. Nos dias seguintes, o tema simplesmente explodiu nas redes, como você pode ver nos dois gráficos abaixo, que mostram a evolução das visualizações e das interações (comentários, curtidas e compartilhamentos).

O monitoramento aponta algo ainda mais importante: políticos e canais de extrema direita, vários deles frequentemente acusados de veicular fake news, têm dado as cartas no debate digital sobre a questão. Eles foram responsáveis por nada menos que 93% das 2.101.280 visualizações geradas por postagens que continham o termo “2630” entre 18 e 28 de abril.

“Ficou bastante evidente que existe uma estratégia articulada, não apenas porque um conjunto grande de atores postou e compartilhou mensagens sobre o mesmo assunto ao mesmo tempo, mas também pela uniformização dessas mensagens”, observa a pesquisadora.

Uma marca dessas mensagens é a caracterização do texto apresentado pelo relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), como “PL da Censura”. Os fatos não amparam tal afirmação. O projeto, que institui a “Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência”, é bem mais brando do que a legislação aprovada pela União Europeia nessa área. Entre outras coisas, a regulação em vigor na Europa obriga as redes sociais (como as acima citadas), os aplicativos de mensagens (WhatsApp, por exemplo) e as ferramentas de busca (Google e Bing, entre outras) a abrirem os seus algoritmos. Ou seja, a darem ampla publicidade aos critérios que utilizam para alavancar – ou não – os conteúdos que circulam em seu ambiente.

Apoiado pelas empresas jornalísticas e pela quase totalidade dos estudiosos de comunicação, o PL 2630 cria diversas regras para, como costuma defender o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, garantir que “não seja feito no mundo virtual aquilo que é proibido no mundo real”. Exemplos: apologia da violência, incitação ao terrorismo, manifestações racistas ou LGBTfóbicas, crimes contra crianças e adolescentes e disseminação de informações falsas.

Diversas pesquisas indicam que a grande maioria da população – incluindo a maior parte dos eleitores bolsonaristas – é favorável a tais medidas disciplinadoras, sobretudo após o 8 de janeiro e a série de atentados ocorridos em escolas brasileiras. De modo competente, porém, a ofensiva contra o PL 2630 investe na pregação típica da extrema direita brasileira: a identificação dos adversários como inimigos da liberdade de expressão.

“Todos os perfis estão alinhados nesse discurso, usando fake news para compor a linha narrativa do campo conservador”, diz Letícia Capone. E o grande alcance obtido por tais publicações pode ter sido deliberadamente estimulado pelas plataformas digitais?

“Grande parte do alcance é orgânico”, responde a pesquisadora, “e se deve a um trabalho que o campo conservador faz, de modo articulado, nas redes sociais já há algum tempo. E sabemos que as plataformas normalmente recomendam para os usuários aqueles conteúdos que mais viralizam. Se há algo além disso, não dá para dizer porque não há transparência sobre o funcionamento das recomendações de conteúdo feitas pelas plataformas”.

Coube ao deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) criar a mais comentada fake news, atribuindo ao PL uma suposta censura a trechos da Bíblia. Apesar de a crítica ser inteiramente falsa, foi incorporada ao discurso de parte da bancada evangélica e levou Orlando Silva a incluir uma alteração no texto para evidenciar que seu texto assegura pleno respeito a crenças religiosas. Veja o post de Deltan no Twitter:

Letícia Capone também chama atenção para a desarticulação dos atores governistas e daqueles que são favoráveis à aprovação do projeto: “No campo progressista, a narrativa de defesa do PL não aparece de forma coesa ou articulada, embora alguns temas relacionados apareçam com mais frequência.  Não foram encontradas mensagens do presidente Lula sobre o assunto.”

Incrível é que a publicação mais compartilhada pelo campo democrático, ainda que para contestá-la, foi exatamente o post de Deltan no Twitter. Nesse campo político, não há mensagem-chave unificada. Veículos de imprensa favoráveis ao projeto tendem a enfatizar aspectos como a remuneração para produtores de jornalismo ou a discussão sobre o órgão regulador. Outros priorizam o debate sobre o próprio combate às fake news e ao discurso de ódio. A linha possivelmente de maior apelo popular, de proteção da infância e da adolescência, foi trilhada pelo Sleeping Giants, que defende a aprovação do que chama de “PL Salva-Vidas”.

Veja a seguir quais foram os canais que obtiveram, entre 18 e 28 de abril, maior alcance na discussão dPL das Fake News:

Até aqui o Artigo do Sylvio Costa.

Para ler mais sobre o tema aqui no Blog, clique nos links a seguir:

Fake news, “infiltrados”, “tratamento indigno”: após atos terroristas, bolsonarismo se reagrupa e domina narrativa nas redes

Sobre Lula, o KC 390 da EMBRAER, os aviões da Antonov da Ucrânia e sobre Pautas e Narrativas que Vencem Guerras

Vídeo editado pela CNN é estopim de narrativa golpista nas redes. Tática igual a de outras narrativas no passado recente

De 2005 a 2020,O PT e a Guerra Híbrida no Brasil: as muitas batalhas perdidas e poucas ganhas na comunicação

Eleições 2020/22: na guerra híbrida, esquerda precisa fazer comunicação anticíclica

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