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O mundo ao redor

america-sulPor Fernando Rosa no Senhor X

Antigamente, alguns jornais, como o Correio do Povo, no Rio Grande do Sul, dedicavam três, quatro manchetes semanais para temas internacionais. A opção era pautada pelo interesse negocial dos fazendeiros, que tinham suas atenções voltadas para os mercados e para as economias externas.

Atualmente, os grandes jornais e, claro, as televisões, em especial a Globo, seguem sendo pautados pelo exterior, mas não mais mobilizados pelos interesses nacionais. Hoje, a “pauta” dos cadernos internacionais é ditada pelos “bancos” e pela “agência” do Pentágono, que promove os interesses dos EUA e dos rentistas globais.

As recentes eleições norte-americanas são a prova mais evidente do alinhamento e da subordinação da grande imprensa nacional ao comando da globalização internacional. Não apenas organizaram uma verdadeira “torcida” para Hillary Clinton, como prosseguem na linha do “nazi-fake-news” da matriz contra o presidente eleito.

Em vez de buscar, jornalisticamente, as causas da derrota de sua candidata, a “mídia prostituta operando em modo lavagem cerebral” radicalizou o “jornalismo de guerra”. Ao contribuir para a campanha em favor de uma guerra mundial, nem a mídia daqui, menos ainda a norte-americana, não consegue demonstrar sequer compromisso com a vida dos seus (e)leitores.

O Brasil tem várias tarefas econômicas, políticas, democráticas a enfrentar e, uma delas, das primeiras, é a democratização da mídia, que desinforma, manipula e entorpece os cidadãos brasileiros. Fez bem Trump quando na campanha tratou – e segue tratando – a mídia de seu país como o que de fato ela é, uma aliada do sistema financeiro e da guerra.

A eleição norte-americana mostrou que o mundo “unipolar” da globalização predatória, sob comando do rentismo e da indústria bélica, está nervoso e histérico diante da ameaça de uma nova realidade multipolar, com desenvolvimento e paz. O Brasil precisa, então, adentrar a esse universo “adulto” das relações internacionais, posicionando-se do tamanho que ele tem, começando por acompanhar o que acontece no mundo ao seu redor.


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2 pensamentos sobre “O mundo ao redor

  1. Me emocionei ao ler esse texto. A sensação, a constatação, de que nem tudo está dominado pelo pensamento dominante pautado pela mídia.
    Resta o desafio de democratizar a mídia no nosso país, uma tarefa que deixou de ser feita em um período recente, quando poderia.
    O Equador, depois de muitos anos de luta, está conseguindo, em 2013, o país aprovou sua lei orgânica de comunicação, sob muitos protestos do empresariado midiático. Não é por menos: a lei combate os oligopólios do setor, estabelecendo um limite rígido à propriedade cruzada – apenas uma licença de rádio AM, FM e de TV por pessoa física ou jurídica.
    Agora, teremos que primeiramente, expulsar esses golpistas do governo.

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